— Eu não sei o que aconteceu!
É com esta frase, repetida inúmeras vezes, que a auxiliar de cozinha Daiane de Fátima Ribeiro da Silva, de 22 anos, define a situação entre ela e o namorado Lucas Fernando Garcia de Souza, de 23 anos, sumido desde a manhã de 17 de novembro passado.
Nesta sexta (6/1) à tarde o Seguinte: conversou com Daiane na casa onde ela mora com os pais, fundão da Vila Padre Réus, na Avenida Sertório, em Gravataí. A funcionária – há quase quatro anos – do refeitório da General Motors, é taxativa.
Ela garante que a última vez que esteve com Lucas foi no domingo dia 13 de novembro, quando foi à casa onde ele mora com o irmão, Renan, em Viamão. Um novo contato seria tentado por ela na terça, dia 15, mas o telefone já estava desligado.
Sem filhos
Daiane conta que conheceu Lucas através da rede social Facebook e que os dois mantém uma relação, como namorados, desde agosto passado. Nem ela, nem ele, tem filhos. E um fica na casa do outro sempre que o trabalho permite.
— Quando dava eu ia para a casa dele ou, quando ele podia, vinha ficar comigo aqui em casa — explica a garota.
Sobre a revelação de Renan, irmão do desaparecido, dando conta de que Lucas teria dito que viria a Gravataí ver a namorada e depois iria para o trabalho, à tarde, Daiane disse que nada disso era do seu conhecimento.
— Essa história de ele vir aqui no dia 17 não tinha nada combinado. Ele não me falou nada — garante a garota.
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Na mochila
Como o namorado não deu mais sinal de vida e o telefone dele só dá (até hoje) sinal de desligado, ou caixa de mensagens, no domingo, dia 20 de novembro, ela se deslocou a Viamão para esclarecer a situação, discutir a relação!
Foi aí que o irmão, Renan, contou que não encontrava com Lucas desde a quinta-feira, dia 17.
— O irmão dele disse que o Lucas tinha botado umas coisas na mochila, e o uniforme, e que estava vindo para a minha casa para depois ir trabalhar. Só que aqui ele não esteve e nem foi trabalhar — afirma.
Sobre a relação do casal, Daiane garante que o namoro estava indo “às mil maravilhas”.
— Estava tudo bem, a gente estava muito feliz um com o outro. De repente, do nada, acontece isso — diz, enfatizando que os dois nunca chegaram a ter sequer uma discussão.
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Na internet
Sobre o que Lucas Fernando faz na internet, Daiane diz saber apenas que ele gosta muito dos jogos on line, especialmente de futebol. Na maior parte do tempo, garante que ele ficava conversando com ela através de aplicativos de mensagens.
Quanto à revelação de Roseli Garcia, mãe de Lucas, de que o filho era viciado em sexo e se relacionava com mulheres que encontrava nas redes sociais, a namorada desconversa e diz que não sabia disso.
Outra garantia de Daiane é que Lucas não tem inimigo e nem comentou com ela se havia recebido algum tipo de ameaça. E a namorada assegura, ainda, que ele nem mesmo é usuário de drogas.
— Não tinha inimigo, nem podia. Era um guri querido por todo mundo, não incomodava ninguém — fala, usando o verbo no tempo passado.
E continua:
— Ele só trabalhava, fazia as coisinhas dele direitinho. Um guri humilde e bom de coração. Tirava dele para dar para quem precisasse.
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E o golpe?
Daiane da Silva conta, inclusive, que segunda-feira passada recebeu um telefonema (número privado no celular) de alguém dizendo que estava com Lucas e pedindo um resgate de R$ 50 mil. Até colocaram uma pessoa para falar como se fosse o Lucas.
Ela conversou com a mãe do namorado, avaliaram a situação e concluíram que tudo não passou de tentativa de golpe, protagonizado por bandidos que souberam do desaparecimento do rapaz através da imprensa.
Em algum lugar
— Sobre o que vai acontecer eu não sei. Mas acho que ele deve estar em algum lugar e que alguém ou alguma coisa tá impedindo ele de falar ou de entrar em contato com a gente.
A convicção nem tão convicta de Daiane se apoia no fato de Lucas Fernando ser “um rapaz certinho”, segundo palavras dela, querido por todos e amigo de todo mundo.
— Ele não faltava o trabalho, todos gostavam dele lá. Quando a gente foi lá no trabalho dele todo mundo falou muito bem dele, que era pontual, não saía mais cedo, só no horário certo.
Uma mensagem
E se a Daiane pudesse falar para o Lucas, o que diria?
— Ah, eu pediria que ele entrasse em contato com a gente, ou comigo ou a mãe dele. Se ele estiver precisando de ajuda a gente vai ajudar no que for possível, mas que dê notícias, não importa o que esteja acontecendo!