Gerentão do governo Marco Alba (PMDB), Luiz Zaffalon comemorava há pouco o ‘nome limpo’ de Gravataí.
Na tela do notebook, a confirmação do Tesouro Nacional de que a Prefeitura tem todas as certidões negativas de débitos e está liberada para receber recursos, contrair financiamentos e firmar convênios.
– Olha só que coisa mais linda. Chegar ao final de ano com tudo limpinho… – sorria o secretário de Governo que, pelas gestões de Antônio Britto, Germano Rigotto e Yeda Crusius, secretarias de Estado, na direção da Corsan e na Assembleia Legislativa, acompanha o prefeito há quase três décadas.
As certidões são necessárias para Gravataí conseguir, por exemplo, as liberações de mais de R$ 100 milhões – em recursos nacionais e do exterior – para obras de infraestrutura.
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Mas Zaffa não é só festa. Experimente conversar com ele sobre a indefinição provocada pelas novas eleições.
– Pobre Gravataí. Que prejuízo! – é o resumo que faz sobre a terceira economia gaúcha, que a três dias de encerrar um governo não tem definida a próxima pessoa que comandará a Prefeitura.
– Quem paga isso? Quem julga o juiz que levou seis anos para proferir uma sentença? – desabafa, sobre o caso de Daniel Bordignon, que teve os direitos políticos suspensos por cinco anos apenas depois da eleição de 2 de outubro, em uma condenação por improbidade administrativa na contratação de mais de mil funcionários na Prefeitura em processo que se arrastou por 11 anos.
– Além dos 27,5 milhões de dólares do CAF (Comissão Andina de Financiamentos), que tem projetos já entregues, e R$ 8 milhões do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento Econômico) parados, investimentos privados na cidade também não estão andando – lista, citando como principal exemplo a instalação do Zaffari na parada 60 e um dos projetos que tem seu DNA: a privatização da água e do esgoto.
– A concorrência pela água e o esgoto está parada. Imagina o investimento que teríamos na cidade para atingir as metas de universalização do abastecimento que exigimos na proposta a ser licitada?
– Perderemos, pelo menos até agora, além do dinheiro todo, mais de um ano de tempo. Até retomar tudo… – resigna-se, confiante na reeleição do prefeito em 12 de março.
Até lá, o próximo presidente da Câmara, eleito dia 1º entre os vereadores eleitos, assumirá interinamente a Prefeitura com ‘crédito na praça’. A tendência é que seja Nadir Rocha, do PMDB de Marco Alba, exercendo o mesmo papel de cinco anos atrás, quando por 30 dias entre o impeachment de Rita Sanco (PT) e a eleição indireta de Acimar da Silva (PMDB), foi o prefeito de Gravataí.
Na eleição que nunca termina, enquanto cuidamos os minutos, as horas passam.
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