Por ter sido um ano difícil, pesado e também trágico em função dos acontecimentos dos últimos dias 2016 não vai deixar saudades. Ao longo da nossa vida vamos vivendo experiências variadas e com isso aprendemos a lidar melhor com os momentos difíceis. Além de tudo que nos cerca no dia a dia, todos sabem o quanto é longa a caminhada em busca de si mesmo. Somos educados, condicionados até, a perseguir nossos sonhos, realizações, em que chegar ao topo é prioridade absoluta. Vivemos cada vez mais num ambiente em que o ter se sobrepõe ao ser. A questão é que estamos sempre em busca do melhor emprego, da melhor casa, do melhor carro, da melhor condição social numa batalha interior que acaba sufocando. O medo de não conseguir, de não alcançar os objetivos, de ser taxado de perdedor é ainda maior que o dos piores pesadelos infantis. Sim, é difícil priorizar o lado humano, as questões do sentimento no mundo consumista de hoje. Não sobra tempo, é a desculpa pronta na ponta da língua. Por estarmos estressados demais, envolvidos demais em ganhar dinheiro, não nos damos conta quanto é importante valorizar o que realmente merece a nossa atenção, fazendo felizes aqueles que estão à nossa volta e finalmente encontrar o equilíbrio e a paz interior que tanto buscamos.
Mas, algumas vezes, por mais que se busque o equilíbrio e a paz interior não conseguimos evitar que o desânimo nos faça companhia.
Por definição: Desânimo – falta de ânimo; desalento; abatimento; esmorecimento. Desânimo é uma experiência que sentimos quando temos um menor nível de energia do que o habitual. Quando somos apáticos e desmotivados para fazer as coisas. Desânimo pode ser causado por diferentes razões: a tristeza de uma má notícia, solidão, fadiga, uma crise existencial…
Ao viver esses momentos, temos a chance de saber a força que temos quando precisamos reagir. Quando estou me sentindo assim por alguma dificuldade ou problema procuro me agarrar a uma certeza: vai passar! É só uma questão de tempo… embora muitas vezes parece que não, mas sempre passa! Lembrando que cada um tem o seu próprio tempo para se recuperar e é muito importante aprender a minimizar as dificuldades, colocar tudo em contexto para não dramatizar uma circunstância específica. Quando se está triste ou desanimado, algumas atitudes (que não estão em ordem de importância) podem ajudar:
– Desabafar. Fale tudo o que está sentindo com aquela pessoa em quem você confia e com quem você tem liberdade de conversar sobre qualquer assunto.
– Escrever. Também é uma ótima maneira de colocar pra fora o que está corroendo você por dentro e proporciona um grande alívio.
– Rezar. As orações fazem com que, aos poucos, as coisas se normalizem dentro de cada um.
– Focar no positivo. Leve a sua mente para longe de tudo que é negativo. Lembre-se de tudo que é bom na sua vida e não deixe de se sentir grato por tudo aquilo de bom que você alcançou e viveu.
– Rir. O senso de humor é uma técnica muito eficaz para sofrer menos. O riso é boa terapia, além disso, é uma forma muito construtiva de alívio.
– Chorar. Se der vontade… chorar faz bem. Não impeça que a tristeza, que tanto está incomodando você, saia com as lágrimas e, com certeza, se sentirá melhor depois de fazer isso.
– Dar uma volta. Ficar em casa olhando para as paredes não é nada bom. Sair para dar uma volta, distrair-se um pouco, observar a natureza é muito bom. Durante a caminhada, colocar os fones de ouvido, escolher uma música que gosta, cantar junto bem alto sempre ajuda recuperar a força física e mental.
Sim, o desânimo não é fácil de superar, principalmente quando se toma conhecimento de determinadas práticas que acontecem em nosso país. Como enquanto o país entristecido chorava a tragédia da Chapecoense os deputados, num comportamento indigno, aproveitaram e desfiguraram o projeto de combate à corrupção nas sombras da madrugada. O desânimo é ainda maior quando um deputado federal que ganha um salário mensal de R$ 33.700,00 pede reembolso de R$ 55,00 gastos no almoço no restaurante da Câmara.
É… por essas e outras que, talvez, as atitudes citadas acima, não sejam suficientes para superar o desânimo.