A quarta-feira não será de decisão apenas para o Grêmio. Duas horas antes do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral julgará a ‘eleição que nunca termina’ em Gravataí.
Há pouco, o julgamento foi incluso na pauta e acontecerá a partir das 19h, em Brasília.
O TSE analisará embargos de declaração, com efeitos infringentes, apresentados pelo Ministério Público Federal e pelas coligações de Marco Alba (PMDB) e Anabel Lorenzi (PSB), que pedem a reforma da decisão que dia 10 confirmou a vitória de Daniel Bordignon (PDT) e Cláudio Ávila (PDT), nas urnas, em 2 de outubro.
O argumento da apelação é que, no primeiro julgamento, ainda não havia o trânsito em julgado, decretado sete hora depois e com retroatividade a 29 de setembro de 2015, do processo que condena Bordignon por improbidade administrativa na contratação de mais de mil funcionários na Prefeitura.
O argumento da defesa do ex-prefeito é que, durante o período de registro de candidatura e de realização das eleições, ele ainda não estava com os direitos políticos suspensos.
Caso o recurso seja aceito, o TSE deve marcar novas eleições para um período entre 20 e 40 dias. Como o Seguinte: revelou com exclusividade hoje pela manhã, decisão de Henrique Neves, mesmo relator do julgamento de Gravataí, acompanhada pelos outros ministros, marcou nova eleição num caso semelhante em Salto do Jacuí.
Ainda conforme o acórdão referente ao município gaúcho, os procedimentos do novo pleito acontecerão imediatamente, mesmo que alguma das partes recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Mas, como na Copa do Brasil, a decisão da ‘eleição que nunca termina’ ainda pode ficar para um próximo jogo.
Caso Bordignon vença novamente, o Ministério Público Eleitoral já anunciou que entrará com ação contra a expedição do diploma do prefeito e do vice.
O que o PDT contestará, pedindo a posse do vice como prefeito, caso Bordignon não possa ser diplomado.
– Se o TSE confirmar nosso registro, a Prefeitura é do PDT, seja com o Bordignon, seja com o Cláudio – assegura fonte do partido, que usa o argumento de que, com a chapa liberada pela suprema corte eleitoral, a suspensão dos direitos políticos atingiria somente ao ex-prefeito.
Enfim, é uma quarta em que Bordignon enfrenta um tapetão que se desenrola há oito anos, e o Grêmio sonha com um título que não vem há 15 anos. Mas, ainda assim, não é uma noite definitiva.
Para comemorar, torcedores e secadores precisam esperar 180, ou sabe-se-lá quantos minutos a mais até o apito final.
LEIA TAMBÉM