O diretor de Operações da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Eduardo Carvalho, disse na manhã de hoje (16/11) que parte do problema da falta d’água em Gravataí é culpa da própria população.
Carvalho deu a declaração no programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Segundo ele, pelo menos 25% dos domicílios localizados na área urbana de Gravataí recebem a água tratada pela companhia de modo irregular, e não pagam nada para ter a água em casa.
Ele não disse que são “gatos”, mas deu a entender que são ligações irregulares de moradias que ficam em áreas invadidas que provocam a queda de pressão nos pontos terminais das redes e, em épocas críticas, por causa do consumo elevado, acabam causando a interrupção no abastecimento.
O interessante é que o diretor de Operações da Corsan não soube dizer qual o volume de água que é consumido nestas moradias irregulares, embora a matemática seja uma ciência exatada. Basta reduzir do montante tratado pela estatal o que é mensalmente pago pelos consumidores cadastrados.
A diferença é a água consumida por “gatos” e que vai fora por vazamentos e outros problemas na canalização da rede de distribuição. As perdas com estes vazamentos oscilam, de acordo com a idade da rede, em até 20% da água tratada.
Os 25%
De acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 Gravataí possuía 92.425 domicílios cadastrados, para uma população urbana de 255.660 pessoas.
A projeção do IBGE para este ano – 2016 – é de 273.742 habitantes em Gravataí, um aumento de 7,02%. Desde total, pelo cálculo do diretor Eduardo Carvalho, da Corsan, 68,5 mil pessoas da área urbana consomem água irregularmente, pelos famosos “gatos”.
Ou, de outra parte, cerca de 23.750 moradias da área urbana estaria sendo abastecida de forma clandestina com a água potável distribuída pela Corsan.
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Faltou água
Em menos de 30 dias esta é a segunda vez que a Corsan interrompe a distribuição de água por um período de mais de 24 horas em Gravataí – atingindo também parte da população da vizinha Cachoeirinha. O motivo foi, segundo a companhia, o conserto de um vazamento em uma adutora próxima da Estação de Tratamento de Água Niterói, em Canoas.
Na entrevista para a Gaúcha o diretor Eduardo Carvalho disse que uma série de obras são realizadas pela companhia desde 26 de outubro para que não ocorram problemas de abastecimento em Cachoeirinha e Gravataí, neste verão.
— O problema de hoje é algo pontual, mas as mudanças que estamos implantando servem para oferecer um serviço cada vez melhor para os clientes — afirmou.
Torneiras secas
Moradores de pelo menos 50 bairros das duas cidades enfrentaram o desabastecimento de água desde ontem (15/11) por causa das obras. A Corsan havia anunciado que durante esta madrugada a água deveria retornar para todos os moradores, inclusive nas áreas mais altas.
Pela manhã, vários moradores ainda se queixavam de que as torneiras continuavam secas especialmente nos bairros Moradas do Vale I, II e III, Águas Claras. Em Cachoeirinha o maior número de reclamações nesta manhã vinha dos bairros Granja Esperança, Moradas do Bosque, Jardim do Bosque e adjacências.
Foram atingidos
Em Gravataí:
Moradas do Vale I, II e II, Águas Claras, Dona Helena, Antônio Carlos Jobim, Parque dos Eucaliptos, Planaltina, Esplanada, parte do Garibaldino, parte da Bonsucesso, Bom Princípio, São Judas Tadeu, Parque Florido, Bom Fim, Vila Rica, Parque do Sol, Cruzeiro, Vila Elisa, Sítio Santa Fé, Vila Central, Vila Cruzeiro, Parque Olinda, Vila São Luiz, Monte Belo, São Jerônimo e Nossa Chácara.
Em Cachoeirinha:
Jardim Atlântico, Moradas do Bosque, Jardim do Bosque, Granja Esperança, Condomínio Piacenza, Condomínio Villagio Di Venezia, Condomínio Villas Di Vicenza, Condomínio Villagio de Firenze, Ravenna, Firenze, Túnel Verde, Betânia, Santa Cruz, Vista Alegre, Anair, Jardim Colinas, Chácara das Rosas, Navegantes, Vila Fátima, Jardim dos Estados, Nova Cachoeirinha, Marechal Rondon, Chico Mendes e Canarinho.
