Daniel Bordignon vive um calvário de 11 anos no processo que, dia 10, foi encerrado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenando-o por improbidade administrativa na contratação de mais de mil funcionários na Prefeitura.
A pena, que é a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, a contar de 29 de setembro do ano passado, já o tirou de uma eleição, em 2008, o ajudou a perder outra, em 2012, e agora pode tomar dele a Prefeitura conquistada com 45.247 votos.
A denúncia – feita à época pelo Ministério Público, assinada pelo promotor Daniel Martini após instigado por vereadores, e depois firmada em sentença pela Justiça de Gravataí e o Tribunal de Justiça do Estado acusava o ex-prefeito de ter transformado a Prefeitura num ‘cabide de empregos’.
A investigação chegou à conclusão que contratados emergencialmente, entre médicos, professores, operários e funcionários para outras áreas, teriam filiação, ou se filiado depois, ao PT.
Sem isentar culpas, mas uma justa reflexão é sobre os outros políticos que se beneficiaram conjuntamente do tal cabide – se, como aponta a justiça, assim o foi. É notório que uma série de lideranças políticas, hoje em outros partidos, cresceu e apareceu naqueles governos petistas dos anos 90 e 2000.
Se Bordignon é culpado, não seria infindável a lista de cúmplices?
A lenda urbana é que muitos vereadores, de oposição inclusive, por coincidência talvez, tiveram cabos eleitorais empregados na Prefeitura.
Mais: em todo processo que levou à condenação, e deve pesar uns 40 quilos, não há nenhuma lei de contratação que não tenha sido aprovada por ampla maioria pela Câmara.
O surrealismo da política da aldeia é tanto que gente que denunciou Bordignon mais de uma vez, ou desde sempre torce espalhafatosamente ou quietinho pela impugnação, pode estar nessa lista…
E é bem fácil dar mais que pseudônimo aos bois.
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