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As relações do ministro do caso Bordignon

Henrique Neves, relator do caso Bordignon no TSE

José Eduardo Alckmin, advogado de Daniel Bordignon é amigo – de Facebook inclusive – de Henrique Neves, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A revelação foi feita pelo jornalista Rodrigo Becker, do Seguinte:, no perfil que produziu do relator do processo que nas próximas semanas julgará a validade dos votos do prefeito eleito pelas urnas nesta eleição.

Mas, consultando mais fontes ‘estrangeiras’ à aldeia, que repisam há anos os carpetes verdes e azuis do Congresso, também ouvimos sobre o apreço que tem por ele a família Sarney – do partido de outro interessado num ‘segundo turno’, o prefeito Marco Alba (PMDB).

Tanto ele, Henrique, como o irmão, Fernando, ex-ministro da mesma corte.

A convivência viria desde a época de operação dos dois, advogados com extenso currículo de vitórias em processos de liberação de candidaturas, junto ao escritório de Sepúlveda Pertence.

Celebridade jurídica nacional aos 78 anos, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) por 18 anos, ‘advogado dos sonhos dos poderosos’, como falam na capital federal, e que não sai de casa por menos de R$ 10 milhões, foi Procurador-Geral da República no governo de José Sarney.

Conta a história que, no fim dos anos 1950, Pertence era estudante de Direito no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). E colega de Modesto Justino de Oliveira, de quem já era amigo desde os tempos de escola.

Modesto é irmão de José Aparecido de Oliveira, o “Zé Aparecido”, que na época, além de solteiro, era deputado pela UDN e tinha um apartamento em Copacabana que servia de ponto de encontro para a chamada “bossa nova da UDN”.

Entre eles, o deputado recém-eleito José Sarney.

Pertence, estudante, sem dinheiro, frequentava o apartamento do irmão do amigo — e lá conheceu o futuro presidente.

Vinte e cinco anos depois, Pertence passou a integrar o ministério de Tancredo Neves, eleito indiretamente presidente da República, mas que morreu sem assumir o cargo. Sarney, vice-presidente, assumiu e manteve a equipe de Tancredo por algum tempo, mas logo a demitiu, mantendo Pertence na Procuradoria-Geral da República.

 

Trattoria da Rosario

 

– Mas essas relações aqui em Brasília, de um lado ou de outro, não querem dizer muita coisa. Você pensa num ambiente cosmopolita, só que é mais como uma província. Claro que no topo da cadeia alimentar. Mais dia, menos dia, você vai ver políticos, ministros e advogados numa mesma mesa no Trattoria da Rosario, já que o Piantella quebrou – ensina fonte do Seguinte: que transpira por duas décadas a secura da “capital da esperança”.

– E, com a crise, já criaram entradinhas de menos de R$ 100 também para os menos poderosos poderem frequentar esses ambientes – pisca o amigo que, com a OAB dos anos 80 na carteira, conclui:

– O ministro Neves é muito discreto e estudioso. Será certamente um parecer muito técnico.

 

O vilão a enforcar

 

Inevitável, num momento de incertezas e expectativas sobre as eleições, essas fofocas e imensuráveis conexões tomarem conta dos chopes, vinhos e sucos Del Valle que embalam conversas políticas na nossa aldeia.

O processo estará apto para entrar na pauta do TSE na terça-feira, 25.

Mas, entre nós, e republicanamente, o suicídio seria a solução se achássemos que qualquer decisão não se dará dentro da lei e da justiça, não é?

Com a minireforma eleitoral de 2015, o caso de Gravataí é único e iluminado, e servirá de jurisprudência para, quem sabe, décadas a frente.

Um apogeu de direito eleitoral.

Maldades sobre contaminações deixemos para ouvir depois quando, após tudo resolvido, certamente acompanharemos políticos à procura de algum vilão a enforcar.

 

 

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