A Secretaria da Educação sempre foi cuidada com carinho por Daniel Bordignon em seus governos.
Nas nomeações de seus sucessores o professor sempre foi ouvido, mesmo quando não obedeceram o que mandou fazer.
O único secretário que não foi professor nos quatro governos do PT foi Márcio Souza, mas era uma das pessoas mais influentes no partido à época e muito próximo ao prefeito Sérgio Stasinski.
Para se ter uma ideia da importância que Bordignon dá ao cargo, a depois prefeita Rita Sanco, por exemplo, foi uma das convidadas por ele, mas não aceitou o cargo por questões particulares.
Em um futuro governo Bordignon, caso o TSE valide seus votos e ele seja diplomado prefeito, o nome que surge mais forte nos bastidores, pelo menos entre as fontes do Seguinte:, é o da professora Úrsula Jaeger – que por indicação do próprio ex-prefeito foi secretária da pasta no governo Rita.
Mas o momento político da aldeia – clemente de composições pela governabilidade e blindagem política em tempos de parcerias insólitas e ainda imberbes – pode levar a escolhas mais heterodoxas.
Não seria surpresa um convite a Valter Amaral, candidato a prefeito pelo PT nas eleições deste ano, e que foi secretário no primeiro governo Bordignon. O professor, psicanalística, hipnólogo e bom de conversa tem excelente trânsito na rede municipal de ensino – a segunda maior do Rio Grande do Sul, atrás apenas de Porto Alegre, com cerca de 70 escolas.
A participação de Valter e do PT no governo poderia servir para Bordignon manter certa tensão necessária com seu PDT, onde ainda é um neófito e não tem grande ascendência nas direções estadual e nacional – por onde seu vice e presidente municipal Cláudio Ávila abre as portas sem bater, como abençoado do presidente dos trabalhistas gaúchos e deputado federal Pompeo de Mattos.
Trazer o PT novamente para sua órbita garantiria a Bordignon, mesmo que não queira, e talvez nem seja querido, manter vivo no imaginário político um caminho de volta, caso o PDT não lhe dê o suporte e o reconhecimento devido à sua estatura histórica e política.
Mas também não se pode descartar um movimento ainda mais exótico, mas não improvável, que poderia garantir uma participação mais orgânica e apaixonada do PSD, partido de Levi Melo, em seu governo.
Seria a indicação do vereador reeleito – e construtor do partido na aldeia – Dilamar Soares como secretário da Educação.
Dila já falou na tribuna da Câmara e repete aos amigos que não participa de um governo ao lado de Cláudio Ávila.
Muito bullying Cláudio fez nos últimos cinco anos com Dilamar, criticando suas posições políticas e apelidando-os nas redes sociais de vereador 'Dilamentar'.
O caminho seria Bordignon tirar Cláudio de qualquer negociação e fazer ele um convite pessoal a Dilamar, garantindo carta branca para o professor e especialista em Educação implementar projetos que guarda no coração, como a Escola da Ponte – modelo de aprendizagem que valoriza a autonomia do aluno, criado pelo português José Pacheco nos anos 2000, intelectual e, como ele mesmo diz, 'guru' do vereador, que como presidente da Comissão de Educação, Cultura e Assistência Social da Câmara, trouxe-o para palestrar em Gravataí em 23 de abril de 2014.
Se for o plano de Bordignon seduzir Dilamar, ele conhece como ninguém como fazer. Sabe que Dila é querido por muitos professores da rede, e não seria difícil colher um manifesto com assinaturas de educadores, intelectuais e sindicalistas convocando o vereador a aceitar o desafio.
Pelo bem cidade.
Na política, a gente vive e aprende.
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