Das pessoas mais dispersivas com a música às apaixonadas por rock n'roll, é unanimidade falar no nome de John Winston Lennon, ou simplesmente John Lennon.
O frontman dos Beatles e eterno parceiro de Yoko Ono completaria 76 anos no dia 9 de outubro.
De uma infância conturbada em Liverpool a uma fama mundial, Lennon foi do topo do pop ao estereótipo de gênio incompreendido em intensos 40 anos.
A banda de onde sairia o grupo mais popular do mundo começou sua carreira em uma festa de igreja, The Quarrymen foi a primeira banda de John formada junto aos colegas de escola e que disseminavam o skiffle, estilo peculiar que mesclava rock n'roll e folk com instrumentos bem engenhosos.
Após o primeiro show dos Quarrymen, que já contava com John como líder – dom que ele sempre apresentou ou impôs aos companheiros de banda – ocorreu o primeiro contato entre Lennon e McCartney.
Confira como era o som dos Quarrymen:
Mesmo que inconformado internamente pela morte de sua mãe e do primeiro baixista dos Beatles, Stu, Lennon manteve-se no mesmo estilo padronizado do Fab Four, apesar das piadas ácidas e do seu sarcasmo costumeiro.
A partir do White Album é bem mais aparente a acidez e a inconformidade de John, as letras ainda que assinadas por Lennon e McCartney deixavam bem claro quem era a grande cabeça pensante por ali.
Ouça a versão alternativa de Glass Onion, a terceira faixa do disco de 1968, que é inteiramente autobiográfica.
Com uma mente a cada dia mais criativa e conturbada, no dia 9 de novembro de 1966 Lennon conheceu o impulso que faltava para explorar seu lado B. Yoko Ono estava expondo em uma galeria de arte de Londres quando conheceu o beatle.
John que tinha fama de cafajeste, até então, viveu com Yoko uma das mais belas histórias de amor da cena musical, e quem sabe do mundo inteiro.
Após o final dos Beatles – que muitos fãs dizem ter uma grande influência de Yoko – o casal extrapolou mais ainda o seu lado criativo.
Ao lado da japonesa, John deu o gás que faltava em sua carreira solo gravando mais de 10 discos dentre eles as obras primas Imagine, Double Fantasy e Mind Games.
O ex Beatle que era conhecido por seu humor negro e por letras não tão impactantes mostrou se a pessoa mais sensível e profunda que pudera ter passado pelo conjunto. A autobiografia é uma constante nas letras de Lennon, além das agonias mentais e sociais.
O ativismo, protestos na cama, porte de drogas e cerimônias de casamentos às escondidas também fizeram parte da vida do casal.
Lamentavelmente, um dos maiores artistas do mundo foi criminosamente arrancado do nosso mundo no dia 8 de dezembro de 1980.
Lennon não deixou apenas um legado musical para as milhares de bandas que surgiram após os Beatles, mas é lembrado por fãs como uma pessoa inconstante, sensível, irônica, intensa e com mais todos os defeitos e qualidade que são dignos de um gênio.
Ouça Double Fantasy, disponível na íntegra no Youtube:
Para os fãs mais recentes cabe ouvir uma das diversas coletâneas disponíveis on line:
A icônica Imagine em performance ao vivo:
PARA CONHECER LENNON ATRAVÉS DAS LINHAS
Escrita por Philip Norman – John Lennon, A vida – é a biografia mais completa disponível em português sobre o artista, e que faz valer cada minuto de leitura das quase 900 páginas.
PARA VER LENNON NAS TELAS:
Lançado em 2009, o filme Nowhere Boy é responsável por levar às telas John de sua infância ao início dos Beatles. O mais recente filme inspirado no artista está disponível no Netflix e em outros serviços de streaming.
Eduarda Luzia é jornalista, vive em Gravataí e atua na Grande Porto Alegre. Para acompanhar suas atividades, acesse seu Facebook e seu blog Caranguejo Delirante.