Em um momento que nas redes sociais só falavam em eleição, fui avisado por um amigo sobre o corte do Umbu nas pontes do Parque. Não tenho o hábito de sair pela cidade buscando coisas erradas feitas seja lá por quem.
A posição majestosa do umbu chamava atenção para até os menos sensíveis, quando atravessávamos a ponte sobre o arroio Demétrio. Acredito que venhamos a ter uma resposta da Fundação Municipal de Meio Ambiente sobre o responsável por esta agressão descabida e desproporcional.
Temos vivenciado em Gravataí um verdadeiro assassinato de algumas árvores que tem sofrido uma poda 'seletiva'. Uma grata surpresa foi pela reação positiva com que tivemos nas redes sociais sobre o assassinato do Umbu.
Mais preocupante que a supressão muitas vezes desproporcional e a falta de diálogo na cidade sobre a arborização urbana. Temos uma fonte cultural de sair plantando álvores em locais inapropriados, muitas vezes incentivados pelo próprio poder público.
Um morador ao passar pela árvore cortada teve a sensibilidade de colocar rosas vermelhas sobre seu tronco. Digamos que ainda temos muitas pessoas que entendem o tamanho do crime cometido.
Mais que procurar culpados, temos que trabalhar para que não tenhamos mais que conviver com situações agressivas como esta do Umbu do Parque. Tenho a convicção que um plano de arborização urbana é urgente para nossa cidade, trazendo conhecimentos de como organizar o espaço urbano, procurando assim uma harmonia de convívio.
Para alguns podem ser uma reação exagerada, pois era apenas uma árvore ao lado de uma ponte. Porém, se perdermos nossa capacidade de indignação com estes pequenos atos desproporcionais a um ser indefeso, com certeza está na hora de questionarmos nossa existência.
O Umbu das pontes com certeza vai servir para uma profunda reflexão sobre nosso comportamento quanto cidadão. A falta de diálogo sobre os temas importantes muitas vezes acaba por fazer com que tenhamos uma leitura errada das necessidades de se organizar a cidade.