Anabel entra forte no discurso de terceira via em ato político que confirmou sua parceria com o PSDB de Francisco Pinho
O Seguinte: segue hoje a série sobre os bastidores das convenções contando, em numeradas, como foi o ato político do PSB no calorão do domingo à tarde, no CTG Aldeia dos Anjos.
1.
O PSB escolheu o discurso: nem Marco Alba, nem Bordignon. Quer ser a famosa terceira via – mesmo que o caminho esteja congestionado com Levi Melo (PSD) no meio.
A aposta: romper a regra da polarização que vem reinando na tradição das últimas eleições.
O desafio: convencer os eleitores de que há fôlego para ser diferente e fazer mais – como disseram os vereadores Carlito Nicolait, Paulo Silveira e Carlos Fonseca, "com diálogo, a volta da esperança e participação popular".
2.
Nem general, nem coronel: Gravataí quer Anabel.
Só para constar aos que não lembram: 'general' é Marco Alba. 'Coronel', Bordignon.
A frase sintetiza, com a graça das piadinhas que grudam, o papo da terceira via.
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3.
Beto Albuquerque – que era o alegado motivo para o adiamento da convenção do PSB em uma semana – não foi ao político de sua companheira Anabel. Mas mandou um vídeo. Uma sapatada em Bordignon.
– O passado não pode ser parâmetro. Afinal, são outros tempos. Este senhor que representa o passado está sempre enrolado com a Justiça. Espero que o Ministério Público veja isso.
Depois, aliviou para o amigo Marco Alba.
– O outro não conseguiu avançar.
Assim mesmo, sem citar os nomes.
Beto teve uma richa com Bordignon durante o governo de Tarso Genro, quando chegou a ocupar a secretaria de Infraestrutura e Transportes. Brigaram publicamente. Beto promovia os ato sobre a ERS-118 fora de Gravataí – e não convidava Bordignon, então deputado e do mesmo partido do governador.
Bordignon, da tribuna da Assembleia, criticava o trabalho do secretário.
É claro que terminou em briga.
4.
Miki Breier, que concorre a prefeito de Cachoeirinha quase sem oposição, preferiu engrossar a crítica contra o atual prefeito.
– A crise não pode ser desculpa para tudo.
Depois, fez uma apelo à militância para empenhar-se na campanha e criar um "corredor da boa política" da ponte para cá.
5.
Francisco Pinho foi Francisco Pinho. Ao estilo de sempre, voltou ao discurso de que não era ouvido pelo prefeito Marco Alba – o mesmo com que justificou o rompimento com o governo, há três semanas.
Fred – a laranja não cai longe do pé – Pinho foi mais animado. E colocou Marco e Bordignon no mesmo saco de farinha que os demais.
– Tem gente que mentiu e quer voltar de qualquer jeito. Tem que gente que não faz nada pelo povo da cidade e quer ficar.
A impressão que dá é que o filho está mais a vontade no palanque de oposição do que o pai.
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6.
Anabel chega à sua segunda candidatura espelhando a imagem da mulher que tem coragem, mas também a que quer trazer a esperança de volta às pessoas.
– Não podemos ter medo de enfrentar um general nem um coronel. O medo nos imobiliza. E não podemos parar. Conosco está a esperança do povo para mudar Gravataí.
Professora de Português e Literatura, ex-vereadora, católica, mãe e avó, mulher independente, uma vida dedicada à militância na esquerda – primeiro no PT, depois no PSB.
Venceu o isolamento aliando-se a Francisco Pinho, do PSDB – mas paga uma conta especialmente no meio do magistério. Sempre muito próximo a Anabel, torce o nariz para o comportamento convencional de centro-direita que Pinho sempre exerceu.
Vai às urnas com três coligações e 96 candidatos a vereador.
8.
Anabel não citou Levi em seu discurso.
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