Agosto, que está logo aí, é um mês cheio de superstições! A este conjunto de 31 dias se impinge todo o tipo de alcunha. Com mais ou menos virtudes, ao longo da história tornou-se o mês do cachorro louco, do desgosto, do azar; comemora-se o Dia dos Pais, do padre, do advogado, do combate o fumo do folclore; celebra-se o fim da censura no Brasil e está marcado ainda pelo início da Primeira Guerra Mundial e pelos norte americanos terem lançado bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Efemérides a parte, as crendices também existem no Mundo do Trabalho, com efeitos curiosos na vida das pessoas. Gente como a Márcia, uma colega que era dada a citações profundas e em geral sem sentido, e que mencionava agosto como um marco da sobrevivência corporativa. Segundo essa colega, passar ileso por ele era o mesmo que uma garantia de vida para o resto do ano. Ironicamente, sua despedida do Mundo do Trabalho se deu assim que virou a folhinha de julho. O que serviu por um bom tempo como um estigma do oitavo calendário. O e-mail de despedida trouxe as gentilezas de sempre e um toque surreal. “Eu não estava atenta e segui fazendo tudo o que não devia. Esta semana toda lavei meu cabelo e também comprei um aquário. Hoje, ao sair percebi que o pezinho de pimentas da minha sala estava todo murcho! Fiquem atentos e não subestimem agosto!”
Márcia estava certíssima e o que ela disse era absoluta verdade. Ela seguiu fazendo tudo o que não devia. Além de não regar a própria pimenteira, passava mais tempo no salão de beleza e academia do que na empresa, começou a sair com um fornecedor e o setor de logística que era de sua responsabilidade estava afundando, igual ao peixinho colorido do novo aquário.
No Mundo do Trabalho não há espaço para adivinhações ou magias. Aliás, agosto pode bem ser a hora da verdade. Em grandes corporações como Sony, Apple e Ford, é a época em que os executivos estão correndo para criar estratégias que tornem o último trimestre mais rentável, superando eventuais perdas anteriores. Na Microsoft, assim como em outras multinacionais, é o primeiro mês do ano fiscal.
Se for para acreditar em algo além do trabalho dedicado e esforço pessoal, pode se apelar para a Numerologia. O oito, que, identifica agosto, é o número que representa o resultado prático do que cada um produz durante a vida. Por isso, pode expressar tanto a glória quanto a derrocada.
De volta ao mundo daqui
Os aumentos de lá e de cá, ainda indignam, mas parece ser dos males o menor. Cada vez fica mais evidente que tem dinheiro às pencas no país das bananas, com macacos demais – gordos demais –, para dar de comer. Em nome da sobrevivência da espécie brasilis (e da subespécie brasilis-riograndina-gravataiensis), precisamos rever se o número de símios nos galhos das assembleias e gabinetes é realmente necessário e se é de macaquices que queremos construir a evolução das cidades e do país.