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Levi e a razão em cada voto

Levi, Portela, Alemão e Dilamar hoje à tarde na sede do PSD

Médico reuniu pré-candidatos a vereador na nova sede do partido para anunciar o que o Seguinte: antecipou ontem: é candidato até o final

 

Depois de duas semanas de intensas especulações, vai-e-vem, conversas ao pé do ouvido e reuniões sob o signo do segredo, Levi Melo (PSD) confirma sua candidatura a prefeito. Terá Alemão da Kipão como vice, garante, como foi definido pelo partido lá em meados do ano passado.

O Seguinte: acompanhou o ato nesta tarde e conta o que foi dito, o que ficou nas entrelinhas e o que ninguém quis dizer na série numerada abaixo:

 

1.

O ato foi aberto pelo presidente do PSD, João Portela.

– Vivemos todos dias de muita especulação. Terminou. Reafirmo: são candidatos, o Levi e o Alemão.

Quase uma sentença.

– Não tem volta. Nossa convenção já está marcada para o dia 29 no CTG Laço da Amizade, e só vai confirmar o que está sendo dito aqui hoje.

 

2.

Portela admitiu os encontros com Anabel Lorenzi, do PSB. Classificou como "conversas" e não como "negociações".

– Faz parte da política. Temos alguma afinidade, somos oposição. Se espalhou maldosamente que o Levi não seria candidato e encerramos a conversa. Nossa receptividade nas ruas indica que temos que concorrer.

 

3.

O próximo a falar foi o candidato. Levi, ao seu jeito, fez o discurso mais duro da pré-campanha até aqui. Sem dizer o nome de ninguém, pôs os três que considera seus obstáculos diretos na eleição num mesmo quadrado do tabuleiro.

– Todos os nossos adversários respondem a processos, menos nós.

Crítico do governo Marco Alba e adversário desde sempre de Daniel Bordignon, atacou os dois.

Não tinha feito isso em nenhum momento desde que em novembro do ano passado foi anunciado na disputa.

 

4.

Levi também falou sobre as tais conversas com Anabel Lorenzi. Disse que foram "boas". Evitou os detalhes e as confidências.

– O diálogo respeitoso pode continuar, mas sem aliança. Quer dizer, a menos que o PSB queira nos apoiar.

Por fim, disse que nunca houve dúvidas sobre concorrer.

– É importante para todos que estão aqui que essa candidatura siga e ela vai até o fim.

 

5.

Ficou claro que Levi quer adotar o discurso de terceira via para si – hoje, divide esse papel com Anabel Lorenzi. Ao criticar Marco e Bordignon com contundência e a socialista pela diagonal, quer um lugar no grenal que a eleição, de repente, se transforma.

Se pega leve com ela, é por que fechou a porta – mas quer deixar uma janela aberta. Às vésperas de uma campanha intensa, pactos de não-agressão parecem convenientes.

Se bem que, em campanhas intensas, advesários não costumam se dar tanto respeito.

 

6.

Ao reafirmar sua candidatura, Levi salva o grupo de pré-candidatos do partido e, quem sabe, até a unidade do PSD além da eleição. Levantamento informal feito entre parte dos candidatos apontava restrições à Anabel – e, em alguns casos, até uma simpatia por Marco Alba.

– Não tenho nada contra ela como pessoa, mas a política é diferente da que eu acredito – comentou o também médico Alberto Rebelato, pré-candidato a vereador pelo PSD.

 Se Levi saísse da disputa, o PSD corria o risco do esfacelamento: sentindo-se descompromissados com o time, cada pré-candidato buscaria guarida sob a batuta de um maestro diferente.

 

7.

Levi não disse, mas fica claro que entre a terça e a quinta-feira houve uma proposta pessoal de Anabel para ele – e que, conforme apurou o Seguinte: com uma fonte do PSB, teria sido feita para convencer o médico a migrar após a eleição para o partido da candidata socialista.

Para ter o apoio na eleição para deputado em 2018 ou a prefeito em 2020, teria que filiar-se ao PSB e o cenário seria "construído" para que Anabel pudesse também apoiá-lo.

Verdadeira ou não, a proposta desagradou a cúpula do PSD por um simples motivo: ninguém além de Levi estaria sendo levado em conta no plano.

Em nome do time que viu nascer no PSD do ano passado para cá, Levi encerrou a conversa, garantiu que concorreria e jogou à sorte o destino de ambos na eleição.

– As urnas vão dizer quem está com a razão.

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