Eleito prefeito, Daniel Bordignon vai propor a redução pela metade dos cerca de 400 CCs e FGs da Prefeitura e o corte de secretarias, além de já fazer um apelo para que a Câmara não apresente este ano um reajuste para o período de 2017 a 2020, congelando os salários do prefeito, vice, secretários municipais e vereadores.
– Neste momento de crise não nos parece um sacrifício, mas sim uma obrigação – resumiu no ato realizado pelo PDT, que levou cerca de 1000 pessoas ao CTG Aldeia dos Anjos, “sem janta e sem carona”, para apresentar os 12 eixos do programa de governo.
Os CCs são os cargos de indicação política sem concurso públicos, e as FGs são as funções gratificadas, pagas a servidores do quadro estável no exercício de chefias.
Néio Lúcio Pereira, ao lado de Humberto Reis apresentado como coordenador do plano de governo, deve apresentar nos próximos dias o que esse corte deve representar em investimentos em obras e serviços públicos.
Mas, tomando por base dos R$ 100 milhões denunciados pela oposição quando o governo Marco Alba (PMDB) apresentou em janeiro de 2013 o apelidado ‘bonde dos cargos’, que criava e recriava CCs e FGs, o montante livre para investimentos pode chegar a R$ 40 milhões nos quatro anos de governo.
O corte de cargos é uma obsessão de Bordignon desde a eleição de 2014, onde tentava a reeleição a deputado estadual. Nas visitas que fazia durante a campanha e era instigado pelos eleitores a concorrer novamente a prefeito, ele repetia sempre que uma fonte de recursos ele tinha, independentemente da crise da vez.
– Os funcionários da Prefeitura tocam a máquina. O que sobrar do corte de cargos, e é muito, farei em obras – repetia.
No ato da fria noite de quarta-feira, ao lado dos deputados federais Pompeo de Mattos e Afonso Motta, Bordignon disse que não quer perder tempo com brigas políticas nesta eleição.
– Vou falar só das coisas boas que já foram feitas pela cidade, por mim ou por outros, e olhar para frente.
Presidente municipal, o advogado Cláudio Ávila, ‘pitbull’ da campanha, se encarregou de atacar os adversários Marco Alba (PMDB), Anabel Lorenzi (PSB) e Levi Melo (PSD), além de garantir que não há risco de impugnação da candidatura de Bordignon.
– Faço um desafio: se Bordignon não for candidato, me mudo de Gravataí e nunca mais advogo aqui. Mas quero que aqueles que dizem o contrário mostrem a cara e renuncie às suas candidaturas quando a justiça eleitoral confirmar nosso registro – provocou.
– É um orgulho defender um professor que anda no carro da mulher, não consegue reformar a casa onde mora há anos e ganha líquidos R$ 1,4 mil por mês porque tem que pagar empréstimo para o Banrisul.
– Não esqueçam que o Bordignon não responde a nenhum processo que tenha pena de prisão.
Pompeo de Mattos, além de citar a proximidade do prefeito Marco Alba ao núcleo central do governo Michel Temer (leia-se chefe da Casa Civil Eliseu Padilha), empolgou a turma ao dizer que “é só abrir um mapa da cidade e escolher um bairro às cegas para achar 10 obras de Bordignon”.
O presidente estadual aproveitou para anunciar presença do candidato a presidente da República Ciro Gomes na convenção que confirmará Bordignon prefeito dia 20 de julho.
O Facebook do PDT postou um vídeo da noite. Para assistir clique aqui
A novela do vice
O vice? Segue em aberto. Mas, confirmando as especulações do Seguinte: ontem, Marco Monteiro, vice de Anabel em 2012 e hoje no Solidariedade, estava em cima do palco.
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Os 12 eixos
Os 12 eixos do programa de governo do PDT são Saúde, Economia, Meio Ambiente, Educação, Urbanismo, Políticas Sociais, Desenvolvimento e Infraestrutura, Mobilidade, Segurança, Modernização Administrativa, Cultura e Participação Popular.