Oferta teria chegado semana passada à executiva petista, que nem sequer cogitou levá-la ao diretório para avaliação
Se alguém tinha dúvidas sobre a intenção do PT em manter candidatura do professor Valter Amaral até o fim, guarde-as a gaveta. Diante de uma proposta para indicar o vice na chapa com Daniel Bordignon, do PDT, o PT disse não.
A ideia teria chegado à direção do PT vinda diretamente de Bordignon, por um emissário petista. O candidato do PDT estaria disposto a acolher os principais pontos do programa petista, como participação popular e a defesa dos projetos sociais criados pelos governos Lula e Dilma Rousseff – coisa que, aliás, já faz.
Ao PT, ainda fora acenada a possibilidade de escolha de um nome para compor a chapa majoritária, como vice. Valter Amaral, por exemplo.
Havendo disposição, os partidos então partiriam para uma negociação dos espaços de governo, em caso de vitória em outubro.
O Seguinte: apurou que a proposta de parceria foi rejeitada pela direção petista, que sequer levará o tema para discussão no diretório. O lançamento de Valter fora, inclusive, discutido com a direção estadual do PT, que referendou a posição municipal de ter um candidato próprio em Gravataí. Oficialmente, o PT não confirma a informação – mas não desmente.
– Estamos avaliando o cenário político dessa eleição. Não posso falar publicamente dessa ou de qualquer outra proposta porque combinamos de só nos manifestarmos quando houver entendimento – avisa o presidente do PT, José Melo.
Querendo conversa com Bordignon ou não, o PT fará, no dia 27 de junho, um evento para pré-candidatos a vereador com Valter Amaral. Devido às restrições da legislação eleitoral, o PT descartou uma festa ampla de pré-lançamento do seu candidato a prefeito.
– A mobilização servirá para ampliarmos as possibilidades da nossa nominata – afirma Melo.
Cláudio Ávila, presidente do PDT, não descarta uma conversa – mas diz que não há proposta oficial para que o PT indique um vice.
– Se o PT quiser nos procurar, estaremos abertos. Mas oficialmente, não tem nada. O que pode ter havido é uma iniciativa pessoal de alguém ou um boato – conta.
Havendo parceria, tanto PT quanto PDT sairiam de um virtual isolamento. O PDT conta hoje com 32 candidatos a vereador para defender a campanha de Bordignon, contando aí dois do PCdoB. Com o PT, esse número ampliaria para 64.
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