Tia Eron, ex-aliada de peemedebista deve representar o ‘voto de minerva’ no Conselho de Ética.
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Sete meses depois do início de seu processo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) finalmente deve ser julgado, nesta terça-feira, pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar. A acusação é que teria mentido na CPI da Petrobras ao dizer que não tem contas no exterior. O seu futuro no colegiado está nas mãos de uma deputada, de primeiro mandato, que já foi sua aliada e que agora diz que vai votar pela preservação da moral no Legislativo.
Eronildes Vasconcelos Carvalho, conhecida como Tia Eron, é filiada ao Partido Republicano Brasileiro (PRB) da Bahia. Aos 44 anos de idade, tem 16 de vida pública. Antes de ser deputada federal foi vereadora em Salvador por quatro mandatos consecutivos. Criou-se na Igreja Universal do Reino de Deus e graças ao seu trabalho de evangelização de crianças ganhou o apelido de Tia. Por conta da sua atuação na congregação e no movimento negro virou política.
O perfil de Tia Eron é o do típico aliado de Cunha: evangélica, de um partido do centrão, que segue as ordens de seus líderes e que votou a favor da destituição de Dilma Rousseff (PT) da presidência da República. A deputada votou no peemedebista para presidir a Casa e já o elogiou dizendo que ele botou os parlamentares para trabalhar. Se não fosse pela pressão que vem sofrendo e pela relevância de ser, praticamente, o voto de minerva seria fácil arriscar dizer que ela votaria a favor dele. Nos últimos dias, porém, a pressão tem sido imensa.
Praticamente enclausurada desde o fim de semana passado, Eron antecipou seu retorno de Salvador para Brasília para esta segunda-feira a fim de se reunir com o presidente de sua legenda, o ministro Marcos Pereira (da Indústria), e com dois caciques do partido o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e o deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP). Esses dois políticos são os que mais a pressionam para votar pela cassação de Cunha porque temem que suas candidaturas às prefeituras do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente, possam ser influenciadas pela decisão da deputada.
Até agora, ela deu poucas entrevistas. Em uma delas, elogiou o parecer de Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação do mandato do peemedebista, dizendo que ele é “cuidadoso, coerente e cirúrgico”. Em outra, afirmou que não foi diretamente pressionada pelos colegas, mas que nas redes sociais tem recebido todo tipo de pressão.
Às 13h28 ela ainda não havia chegado no plenário para a votação. O Seguinte: recomenda a leitura da reportagem publicada pelo El País. Clique aqui
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