Se esquematizada, ou intuitiva, a estratégia de organizar dois grandes eventos ainda na pré-campanha garantiu Levi Melo (PSD) na disputa pela Prefeitura de Gravataí.
Se o médico tivesse esperado muito, sofreria com a reação do prefeito Marco Alba (PMDB), que no último mês baixou para as ruas e anda inaugurando uma obra por dia.
Talvez amargasse um começo de campanha melancólico e na rabeira das pesquisas. Pelo menos teoricamente, numa largada de pré-campanha, os dois disputam primeiramente um eleitorado parecido. Levi é oriundo do PMDB, onde foi eleito vereador (2009-2010) e concorreu a deputado federal em 2010 e estadual em 2014. E é menos conhecido do que Marco. Apresentá-lo forte no jogo colocou-o como alternativa a quem não quer a volta de Daniel Bordignon (PDT) e considera Anabel Lorenzi (PSB) muito à esquerda.
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Ter acionado a Justiça eleitoral foi um sinal de que acendeu o alerta na campanha de Marco com os eventos de apresentação dos pré-candidatos a vereador do PSD e o aniversário de 51 anos de Levi – que lotaram por duas vezes o CTG Aldeia dos Anjos, reunindo cerca de 4 mil pessoas.
O PMDB entrou no fim de maio com uma representação na Justiça eleitoral de Gravataí denunciando uma suposta campanha extemporânea do PSD e Levi Melo.
A ação, assinada por Patrícia Bazotti Alba, advogada do PMDB, pedia liminarmente a proibição da realização de atos de campanha e a retirada de placas espalhadas pela cidade com o número 55, do PSD.
A liminar não foi concedida, a campanha de Marco recorreu pedindo que a representação subisse para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas a reconsideração não foi aceita até que a causa seja julgada em Gravataí.
– Não cometemos nenhuma irregularidade. Estamos seguindo a nova legislação, que criou a figura da pré-campanha.
– Não fizemos comícios, mas sim grandes reuniões partidárias, onde ninguém recebeu nada. Quando houve jantar, cada um pagou – argumenta o advogado da campanha de Levi, Marcius Terres, o Biga.
Ele também contrapõe a tese defendida pelo PMDB de que as placas com o 55 representam uma propaganda subliminar para o eleitor decorar no número de Levi na eleição.
– É uma campanha de filiação, partidária, não eleitoral. Até porque Levi tem a pretensão de disputar a Prefeitura, mas só pode ser considerado candidato depois da convenção do partido – argumenta.
A reação da campanha de Marco também terminou, antes de começar, com qualquer possibilidade de reaproximação com Levi.