Gravataí terá mais uma candidatura à Prefeitura além dos já conhecidos Marco Alba (PMDB), Daniel Bordignon (PDT), Anabel Lorenzi (PSB) e Levi Melo (PSD).
Inspirado no ¡Podemos! espanhol, no Compartilhe a Mudança de Luciana Genro e com um discurso de denúncia de privilégios dos políticos, o PSol terá Rafael Linck Moehlecke como candidato à Prefeitura de Gravataí.
– Somos uma alternativa à política tradicional, onde todos têm algum rabo preso – resume o professor de 32 anos, iluminado pelas idéias e a prática de Luciana Genro, Pedro Ruas e Fernanda Melchiona.
Formado em História pela Fapa, com especialização em História Contemporânea do Brasil, ele dá aula no São Judas Tadeu, em Porto Alegre.
Natural da Capital, mora desde os 7 anos em Gravataí. Ex-aluno da Fundação Bradesco, viveu no Parque dos Anjos até 2008, quando casou com Tatiana e foi morar no Centro. É pai da Rafaela, de 4 anos, e do Theo, de 1.
Cicloativista, também dá palestras sobre mobilidade urbana e é um entusiasta “da cidade para as pessoas”.
Concorreu pela primeira vez a um cargo eletivo em 2014, quando recebeu 1.100 votos na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa.
O PSol é seu primeiro partido.
– Iniciei minha militância político-partidária no PSol porque me alinho ideologicamente com as idéias. Sou um crítico às trocas de partidos. Acho hipocrisia jogar a dança dos partidos conforme o interesse pessoal. Creio na política que busca primeiro o bem comum – diz.
Conheça um pouco do pensamento de Rafael e do PSol da aldeia, extraídos de uma conversa travada agora há pouco, enquanto ele estava no intervalo da aula.
– Lutamos contra os privilégios dos poderosos – resume, anunciando que o PSol aderiu à campanha de coleta de assinaturas para equiparar os salários dos vereadores aos professores.
Duas mil pessoas já assinaram. Com 15 mil é possível apresentar um projeto de iniciativa popular na Câmara.
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“Apresentaremos à cidade uma alternativa de democracia direta, transparente, para além das instâncias políticas, com a população participando das decisões, presencialmente e com o uso das tecnologias. Temos estudado muito o modelo do movimento ¡Podemos!, da Espanha. E também o Compartilhe a Mudança, que Luciana Genro lançou em Porto Alegre”.
“Temos bons exemplos em gestões do PSol, como do prefeito Gelsimar Gonzaga, em Itaocara, no estado do Rio, onde as categorias foram chamadas para escolher os secretários de Educação e Saúde. Quem entende melhor dessas áreas do que os profissionais que fazem o dia a dia? Mas o que vemos em todos os governos são as indicações políticas, o toma-lá-dá-cá, o jogo de interesses”.
“Somos críticos ao modelo político em geral. Ouvimos falar muito em austeridade, mas é só discurso e são sempre os mesmos a pagar a conta. Na prática, não se percebe o cuidado com o dinheiro público. O que mais vemos são privilégios em cima de privilégios”.
“Aqui em Gravataí o governo, sem diálogo algum, oferece apenas a reposição de parte da inflação aos professores, sob o argumento da crise, mas no primeiro mês frente à Prefeitura, em 2013, apresentou projeto aumentando salários do prefeito, vice e secretários, além de criar um monte de cargos”.
“O jeito do PMDB governar é o mesmo aqui no município, no Estado e na União. Não atende a sociedade”.
“A hipocrisia é grande. Falam em crise econômica, mas aumentam salários dos ministros do STF, provocando um efeito cascata no Congresso, nas assembléias e câmaras de vereadores, que poderão superaumentar seus salários. Afinal, a crise é para quem?”
“Estamos na campanha que pede a equiparação dos salários dos vereadores aos professores. Um vereador de Gravataí ganha R$ 10 mil por mês, enquanto um professor com carga horária de 20h recebe apenas R$ 1,7 mil. É uma disparidade muito grande. Entendemos que não se é, se está vereador. Alguns encaram como uma profissão, uma carreira, e fazem o que for necessário para se manter no esquema”.
“Nosso foco é acabar com os privilégios. Essa é a nossa luta. É reduzir os carros oficiais, diárias, celulares, os salários e as mordomias e privilégios dos políticos e juízes”.
“Criamos o Psol em Gravataí porque nenhum partido tradicional representava nossa luta. Enfrentamos toda dificuldade de um partido pequeno, numa cidade conservadora e de partidos consolidados, mas sabemos que vamos crescer. É incrível o número de pessoas com as quais conversamos na nossa banquinha que levamos aos bairros e estão incomodadas com a realidade”.
“Com a falência do PT, que sentou para jantar com os poderosos e se tornou igual a eles, nos tornamos a única alternativa à esquerda. Mas não vamos agir do jeito tradicional, montando partido apenas para eleger vereador e garantir carguinhos na Câmara”.
“O PSol não é só discurso. Nós temos a prática para apresentar. Na Câmara de Porto Alegre e na Assembleia Legislativa, nossos representantes doam para instituições de caridade os aumentos de salários nos quais votaram contra. Não fazemos as coisas da boca para fora ou apenas pelo jogo eleitoral”.
: Galera do PSol de Gravataí na campanha de 2014