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Carlito ataca em gênero, número e grau

Carlito fez postagem polêmica fazendo acusações

Não é preciso digitar novamente a insinuação a la ‘artigo 333 do Código Penal’ que o vereador Carlito Nicolait faz na postagem em seu Facebook, reproduzida acima.

O Seguinte: foi ouvi-lo para tentar entender os motivos da polêmica travada na sexta-feira com ex-companheiros do PT, de onde saiu em abril para se filiar ao PSB.

Carlito nunca foi qualquer, ou mais um, dentro do partido. A identificação com a estrela, desde os anos 90, se lhe rendeu uma demissão da Fiergs, abriu as portas para uma carreira política como secretário da Fazenda e da Saúde nos governos Daniel Bordignon e Sérgio Stasinski, duas eleições à Câmara (uma delas com a maior votação de um vereador na história de Gravataí) e o papel de um dos principais críticos na Câmara ao impeachment da prefeita Rita Sanco – a quem agora acusa.

 

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Nos bastidores da controvérsia, o histórico de relações conturbadas de Carlito com o grupo da ex-prefeita, explicitada no livro escrito por Rita um ano após o afastamento do cargo, e um voto do vereador, convertido ao povo evangélico, contra a inclusão de questões de gênero no currículo escolar.

Confira trechos da entrevista feita neste domingo pelo Seguinte:  

 

Seguinte: – E aí?

Carlito – Estava quieto, me provocaram. E não é a primeira vez. Postei um avatar no meu perfil no Facebook aderindo à campanha contra a cultura do estupro e um pessoal da DS veio gratuitamente me atacar, dizendo que era incoerente. Chegaram a me acusar de incentivador da cultura do estupro por minha posição em relação ao tratamento de questões de gênero nas escolas. Tenho por convicção não votar nada que estimule essa questão no currículo escolar. Não persigo homossexuais, mas não concordo com correntes que entendem que, até os quatro anos, crianças não devam ser tratadas nem como menino, nem como meninas. Isso passa do ponto. Nada contra a opção sexual de ninguém, a sociedade precisa acolher a todos, porém não concordo que a escola seja instrumento de estímulo a isso. Mas esse pessoal da DS sempre me escolhe, mesmo que lá em 2009 eu, como presidente da Câmara tenha produzido todo material de alerta para violência contra a mulher, que o governo da Rita, a primeira prefeita mulher, não produziu, e tenha apresentado projetos como a licença remunerada para servidoras vítimas de violência.

 

Seguinte: – As acusações são fortes em teu post.

Carlito – Sim. A bronca da DS comigo é porque eu os enfrentava dentro do partido. Jogamos fora um projeto generoso no país e em Gravataí por culpa desse tipo de gente. Chegou ao meu limite. Já tinha agüentado a prefeita escrever lá no seu livro que tinha herdado uma Secretaria da Saúde destruída, quando entreguei o cargo para concorrer a vereador com a Saúde, que antes era a principal preocupação da população, como o quinto problema apontado em pesquisa no fim do governo Stasinski. E depois em entrevista ao Seguinte: em abril ela personifica o fim do PT e a extinção da bancada em mim e no meu voto na questão de gênero. O que posso dizer é que o governo dela não me surpreendeu. Eu sabia que daria errado. Jamais defenderei a direção nacional que fez o que fez com o PT e os sonhos de muitos e, a partir de agora, não preservarei mais o governo dela.

 

Dos golpes às palavras fáceis

 

O Seguinte: buscou uma resposta com Alex Borba dos Santos, uma das principais cabeças da DS em Gravataí e o homem forte do governo Rita Sanco, onde ocupou a Secretaria da Fazenda.

Ele respondeu por mensagem, onde lembra o voto de Anabel Lorenzi, vereadora à época pelo PSB, a favor do impeachment de Rita Sanco em 2011:

– A manifestação de Carlito não surpreende. Há muito ele vinha com opiniões e ações legislativas contrárias ao PT. Sua entrada em um partido que golpeou a democracia duas vezes, em Gravataí em 2011 e em Brasília em 2016, é coerente com essa conduta. Quanto a sua citação sobre corrupção em governos do partido, já que nunca disse uma palavra sequer nos fóruns partidários, deveria pelo menos representar judicialmente, de forma objetiva, ao invés de jogar palavras fáceis nas redes sociais.

 

: Alex, à esquerda, com companheiros do PT de Gravataí em manifestação 'contra o golpe' em Porto Alegre

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