A política ambiental está baseada na premissa de que o Estado deve controlar e defender o interesse coletivo. A pergunta é:
– Quem controla o Estado quando ele não cumpre seu papel e quando nem todos são iguais perante a legislação?
Voltamos ao papel do Controle Social sobre as gestões públicas. Hoje todos os nove municípios da Bacia Hidrográfica do Gravataí exercem o papel de órgão licenciador, complementando o papel do Estado e da União. As suas ações e legislações são fragmentadas e isoladas dentro de seus territórios, como se o limite político da unidade federativa do município fosse capaz de dar conta de sua sustentabilidade isolada.
Não temos hoje uma estrutura que agregue as ações públicas de maneira mais holística. Pequenos feudos burocráticos institucionalizados e territorializados. Uma grande quantidade de processos administrativos nos órgãos ambientais que possuem não somente a condição de dar uma licença, mas que deveriam cuidar do meio ambiente de maneira integral.
Devemos entender que a qualidade de vida da população que acabou se urbanizando pelo modelo do chamado 'desenvolvimento' deve buscar um meio ambiente que traduza em qualidade de vida. E, para isto, nossos conceitos devem ser mudados, quando discutimos a economia, do PIB (produto interno bruto) para o FIB (felicidade interna bruta), ou seja, o quanto somos felizes no meio em que convivemos todos os dias e que riqueza é esta que produzimos, para quem e quantos utilizam.
Num momento em que nosso país está procurando por heróis, salvadores da moral e costumes, instituições públicas e privadas perdendo seus papéis do interesse coletivo, com certeza todos devem controlar todos, sem hierarquia, para um meio ambiente mais saudável.