Com as portas fechadas no PDT de Cláudio Ávila e Daniel Bordignon e no PSD de Dilamar Soares e Levi Melo, o vice-prefeito Francisco Pinho anda apertando a campainha de outras casas: a de Anabel Lorenzi, do PSB, por exemplo
Se não tiver saída, faça uma. O ditado nunca foi tão realidade quando é, hoje, para o vice-prefeito Francisco Pinho, do PSDB. Ele segue sua conhecida e habilidosa conversa aqui e ali em busca de um novo aliado que lhe ofereça o que a base aliada do governo Marco Alba não lhe dá: a chance de indicar o candidato a vice.
LEIA TAMBÉM:
Pinho pode mesmo romper com Marco?
Marco não lhe dá garantias de que vai apitar essa decisão: jogou para a base a escolha do vice, que deve sair de um consenso entre os nove partidos que a compõe.
– Hoje, a base trabalha para que o Paulinho da Farmácia (PMDB) aceite a indicação – confirma Evandro Soares, do Democratas.
Ele evita o confronto com Pinho, mas ao levantar a bola para Paulinho, deixa claro que as articulações caminham para tirar da mão do atual vice a carta para a própria sucessão. Pinho, que não poderia indicar a ele mesmo, quer emplacar Beto Pereira na vaga.
A saída de Pinho seria sair: lançar-se candidato a prefeito ou estar ao lado de uma das candidaturas já colocadas. Cláudio Ávila, falando em nome do PDT de Daniel Bordignon, fechou a porta sem sutilezas.
– Não vamos conversar com o Pinho.
Dilamar Soares, do PSD, fez o mesmo em nome de Levi Melo – e deu o troco a um episódio ocorrido há mais de um ano. Naqueles dias, Pinho sondava entrar no PSD e, em uma conversa com o deputado federal Danrlei de Deus, teria vetado a entrada de Dilamar no partido. Danrlei discordou, Pinho não assinou ficha e Dilamar pôs o PSD nas costas para carregá-lo sozinho até a filiação de Levi e todo o movimento que deu ao partido a condição de disputar o governo.
Sobrou Anabel.
– Eles vão falar, sim – confirmou uma fonte socialista.
Não seria a primeira vez que PSDB e PSB andariam juntos. Em 2012, os dois partidos formaram a coligação que elegeu Carlos Fonseca e Paulo Silveira para Câmara. Hoje, Pinho controla o PSDB, o PEM e seus 64 candidatos a vereador – exército que interessa a Anabel, que hoje só conta com os 32 do próprio PSB.
Se as conversas por lá não avançarem, restará a Pinho a alternativa de enfrentar as urnas ou resignar-se com a decisão da base aliada e manter seu espaço no governo, que não é pequeno.
– Um gesto de reaproximação dele pode ser fundamental para que a base volte a cogitar indicar o PSDB. Quem sabe é isso que falta para ficarem todos? – lembra um conciliador da base.
Quem sabe?