game of thrones Gravataí

PT: só pela candidatura própria

Reunião do diretório definiu estratégia eleitoral do PT para 2016

Partido se reuniu no sábado à tarde e todo o diretório votou por candidatura própria e alianças só com partidos do campo de esquerda – e que não votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff

 

O PT terá candidatura própria nas eleições de outubro – nem que ela seja apenas um reforço para ajudar o partido a eleger uma bancada para 2017.

A decisão foi tomada no sábado, quando o diretório se reuniu na sede do Movimento dos Trabalhadores Desempregados, na parada 102. Diferente das informações que o SEGUINTE: apurou na sexta-feira, o PT disse não à aliança com o PDT de Daniel Bordignon e Cláudio Ávila.

O PT também decidiu procurar os partidos considerados do campo de esquerda para uma aliança eleitoral, desde que não tenham votado a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Curiosamente, apenas o PDT, o PCdoB e o PSol fazem parte desse grupo – e olha o PDT de Bordignon aí de novo no caminho do PT…

 

Os quatro que tem o PT

Quatro nomes foram lembrados para a disputa: o da ex-prefeita Rita Sanco, os professores Valter Amaral e Vitalina Gonçalves, e do engenheiro e ex-secretário de Obras, Alexandre Stolte.

1.

Rita não deu certeza de que está disposta. É vista por parte do PT como a líder natural do partido depois da saída de Bordignon e do esfarelamento da bancada na Câmara. Absolvida pela justiça das acusações que levaram à sua cassação pela Câmara em 2011, poderia simbolizar a reabilitação de seu próprio governo.

– Ela foi tirada, Gravataí põe ela de volta – lembrou um petista na manhã desta segunda (2), comentando o assunto com a reportagem do SEGUINTE:.

Em entrevista ao site, Rita chegou a defender que um nome novo represente o partido nas urnas em 2016 – mas amigos próximos dizem que ela estaria absorvendo a ideia.

– Com o incentivo certo, ela vai – revela a fonte.

A Democracia Socialista (corrente interna do PT a qual Rita pertence) também defende que o PT emparede Bordignon por sua aliança com Cláudio Ávila, visto no partido como o algoz do governo Rita Sanco – e desafeto dela, portanto. Uma candidatura de Rita necessariamente oporia o PT ao PDT e eliminaria qualquer hipótese de aproximação, mesmo informal, entre os partidos.

LEIA MAIS:

Rita Sanco e o velho PT de lutas

 

2.

 

Valter Amaral tem no currículo o comando da secretaria de Educação no primeiro governo do PT na cidade, de 1997 a 2000. Naquele ano, ficou na suplência da bancada na Câmara e chegou a assumir o mandato por uma semana. Também foi secretário do Planejamento no governo Sérgio Stasinski e participou das administrações petistas em Alvorada e no Palácio Piratini.

Valter está disposto.

Defende uma frente ampla de partidos para propor à cidade mudanças que o PT entende não terem sido priorizadas pelo governo de Marco Alba – a retomada do orçamento participativo, por exemplo, e um plano pedagógico para rede pública discutido por toda a comunidade escolar.

Professor concursado, Valter teria a vantagem de poder se licenciar para disputar o cargo. Contra si, pesa o fato de pertencer a uma corrente interna com pouca força em Gravataí: Valter é da Esquerda Democrática, ala que tem no deputado federal Henrique Fontana a sua maior liderança.

É visto no PT como intelectual moderno e ponderado, sem os ranços do esquerdismo.

– O Valter é um cara para frente – lembra um nome dos bastidores do PT.

 

3.

 

Vitalina Gonçalves é o sonho de ouro de alguns petistas da mais alta patente.

Ela, porém, não fala sobre o assunto – vem se dedicando exclusivamente ao dissídio da categoria e acha que tratar de candidaturas atrapalharia as negociações com o governo.

 

4.

 

Talvez um dos nomes mais despojados da lista do PT seja o do engenheiro Alexandre Stolte.

Dono de uma gargalhada sem constrangimentos, funcionário da prefeitura de Porto Alegre, também não teria problemas em se licenciar para concorrer. Mora na cidade desde 1997, quando assumiu a secretaria de Obras – e nunca mais se distanciou de Gravataí.

Stolte, no entanto, é o único dos quatro que nunca disputou uma eleição.

Parte do PT o vê como um nome próximo de Daniel Bordignon – o responsável por sua vinda para Gravataí e de quem chegou a ser chefe de gabinete durante um dos mandatos na Assembleia. Os que defendem a candidatura do PT como um contraponto à esquerda de Bordignon acham que Stolte pode não atacar o ex-chefe, especialmente nas questões sobre sua recente parceria com o Cláudio Ávila, o advogado da cassação de Rita.

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