gripe A

Veja o que funciona (e o que não funciona) no combate ao vírus da gripe H1N1

Com a proximidade do inverno, cuidados com a H1N1 devem voltar ao cotidiano das pessoas

Nos últimos dias, o vírus Zika deu lugar ao H1N1 como principal preocupação dos brasileiros quando o assunto é saúde. Causador da chamada gripe suína e identificado no México há seis anos, ele já havia provocado 46 mortes no país até o último dia 19, a maioria em São Paulo – mais que em todo o ano passado, quando matou 36 pessoas.

O aumento de casos fora do inverno, quando o vírus se aproveita dos ambientes poucos ventilados para se multiplicar, intriga especialistas. A proliferação em locais bastante visitados por brasileiros, como a Flórida (EUA), e mudanças climáticas – a umidade é favorável ao H1N1 – estão entre as hipóteses levantadas.

Diante do surto, as pessoas recorrem ao álcool gel e evitam encostar nas barras do transporte público. Mas quão eficazes são essas medidas? A BBC Brasil conversou com infectologistas para descobrir:

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O QUE FUNCIONA:

A vacina

Para Jean Carlo Gorinchtein, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, não há dúvida: a forma mais eficaz de se prevenir do H1N1 é a vacina. Ainda que não tenha 100% de eficácia – ela varia de 60% a 90% – Gorinchtein ressalta a importância da medida, especialmente entre o "grupo de risco".

Crianças, idosos, grávidas e pessoas com doenças que comprometam a imunidade podem desenvolver sintomas mais graves, como falta de ar. Em casos extremos, o quadro pode evoluir para pneumonia, tuberculose e até meningite.

Isso não quer dizer que o vírus seja mais agressivo do que outros tipos de Influenza, ressalta o infectologista Esper Kallas. Todos podem levar a complicações. Só que, por ter sido identificado há pouco tempo, muita gente não tem resistência ao H1N1.

Para os que não estão no "grupo de risco", o conselho é vacinar-se, mas sem desespero. É possível esperar até o começo da campanha de vacinação, no dia 30 de abril, diz o infectologista.Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde antecipou o início da vacinação para o começo desta semana. Na semana passada, hospitais e clínicas particulares da capital viram uma corrida frenética: salas de espera lotadas e uma força-tarefa para o atendimento.

"O que as pessoas não têm que ter é pânico. Os lotes estão se esvaindo e quem deixa de tomar é justamente quem mais precisa."

Até quem já teve H1N1 precisa se vacinar. Isso porque os anticorpos contra a gripe duram, em média, 12 meses. Depois disso, o nível de proteção cai e é possível pegar de novo. Não é como a catapora, cujos anticorpos costumam durar toda a vida, explica Gorinchtein.

Hoje, a rede pública oferece para as pessoas com mais chances de adoecer (gestantes, mulheres que acabaram de dar à luz, idosos e crianças de até 5 anos, entre outros), a vacina trivalente, que protege contra dois tipos de gripe A (entre eles o H1N1) e um tipo da B – segundo o Ministério da Saúde, essa é a composição recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Na rede particular, além da trivalente, já é possível encontrar a tetravalente, que adiciona a imunização a um segundo tipo B.

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