ELEIÇÕES 2022

CANOAS | Mourão vem mostrar o ‘bolsonarismo que não faz arminha’ na CICS

Vice-presidente e candidato ao Senado vem a Canoas nesta quinta, 28, conversar com empresários na CICS. Foto: Agência Brasil

Vice-presidente da República é candidato ao Senado e participa do Almoço de Ideias com empresários locais

Ponteando as pesquisas de intenção de voto dos gaúchos para o Senado, o general Hamilton Mourão (Republicanos) vem a Canoas nesta quinta-feira, 28, conversar com lideranças e empresários no Almoço de Ideias da CICS – com ingressos esgotados desde a quarta, 26. Vem falar sobre ‘Desafios do Brasil e do Rio Grande’, um guarda-chuva tão amplo quanto a distância que o separa, hoje, do presidente-capitão. Não chega a ser segredo que a pauta política explosiva de Jair Bolsonaro, mais dado à verborragia do que às soluções, afastou-o do vice – um general conservador e de direita como o capitão com quem fechou chapa em 2018, mas muito mais dado aos entendimentos do que às caneladas.

Mourão não é Bolsonaro; é bolsonarista.

Mourão não faz arminha, não fala contra a vacina nem contra a ciência, não se vê discurso dele espalhando fakes e, a menos que esteja perdendo alguma coisa, não se tem notícia de que critique a eficiência comprovadíssima das urnas eletrônicas. Em outras palavras, Mourão é o bolsonarista que vê a Terra redonda.

É exatamente essa característica suavizada que decretou o afastamento entre eles. Bolsonaro não aceita outra coisa de seus aliados além da defesa intransigente de sua própria truculência política; por isso anda mais com os Weintraubs da vida do que os Mourões da caserna. E impôs ao general uma candidatura de sobrevivência: postula chegar ao Senado não para ungir santidade ao presidente que acompanha no Planalto, mas para manter vivo, daqui por diante, o bolsonarismo que ele próprio representa.

Minha curiosidade sobre o que Mourão irá dizer na CICS logo após o almoço é como ele associará as pautas do bolsonarismo à necessidade de pacificação do discurso de ódio que esse próprio grupo impôs à política. Não espero de Mourão críticas ao presidente, mas quem acompanha suas declarações ao longo dos últimos anos sabe que da dificuldade que ele tem de beijar a mão do que Bolsonaro diz. Mesmo coincidindo ideologicamente, a cada bravata do capitão o general deu um passo para o lado. Agora como candidato, precisa defender o que imagina que seja o legado do presidente de plantão ou adotará uma pauta própria, nova, de ruptura?

Será um papo curioso, esse.

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