MONKEYPOX

Artista de Gravataí é primeiro suspeito de contrair Monkeypox, a varíola dos macacos; ‘É como uma catapora braba’

Morador do bairro São Luís, Rodrigo Westeuser é o primeiro caso suspeito de Monkeypox, a varíola dos macacos, em Gravataí. O artista, pesquisador e mestre em processo e manifestações culturais, de 37 anos, fez exames hoje na UPA da 74 e aguarda o resultado do Lacen, o laboratório do estado.

– É como uma catapora braba – relatou ao Seguinte: na noite desta quinta-feira, autorizando a divulgação de seu caso que, como não viajou nos últimos dias, pode ser um caso de transmissão comunitária.

– Informação é primordial – disse.

O tempo de incubação do vírus varia de 5 a 21 dias. O sintoma mais característico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Também pode ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.

Hoje mesmo a Secretaria da Saúde do Estado confirmou a transmissão comunitária da doença, situação que ocorre quando não é possível identificar a origem da infecção.

No Rio Grande do Sul são 22 casos já confirmados com transmissão comunitária. No geral, são 54 casos confirmados e 255 casos em investigação.

No Brasil, foram confirmados até o momento 2.893 casos. Além disso, existem 3.555 casos suspeitos de varíola dos macacos, com uma morte.

No mundo inteiro foram registrados 35.621 casos em 92 países.

O Ministério da Saúde (MS) anunciou para esta sexta a divulgação de quando terá as primeiras vacinas disponíveis no Brasil.

A varíola dos macacos foi descrita pela primeira vez em humanos em 1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem daí o nome da doença. No entanto, no ciclo de transmissão, eles são vítimas como os humanos. Na natureza, roedores silvestres representam o reservatório animal do vírus.

Siga trechos da entrevista.


Seguinte: – Como estás?

Westeuser – Estou bem. Tive febre alta há alguns dias atrás, achei que fosse uma recorrência de gripe que já tinha me acometido um mês e pouco atrás. Aí um amigo com o qual tive contato manifestou lesões na pele. Logo apareceram em mim. Ainda está no início. Liguei para a UPA informando a suspeita e marcaram um horário sem muita aglomeração, nesta madrugada. Fui muito bem atendido, assim como meu amigo, que é de Canoas e não conseguiu atendimento lá. Já me ligaram duas vezes hoje para saber como estou. É tão novo para os profissionais da saúde, quanto para nós. Pelo que me informaram, os resultados devem sair nesta sexta-feira ou, no máximo, segunda.

Seguinte: – Quais sintomas apresentas?

Westeuser – É como uma catapora mais forte. Tive dor no corpo quando tive febre. Agora estou em um período no qual sinto coceira e estão surgindo lesões. É uma lesão maior que de catapora e com pus. Então o tratamento é somente para controlar os sintomas. Como meu amigo está com sintomas mais avançados, tenho o relato dele do que vem pela frente.

Seguinte: – Qual o protocolo recomendado?

Westeuser – Diversos testes e exames e isolamento em casa. Inicialmente de uma semana, que pode chegar a 21 dias, conforme a progressão da doença. Eu trabalho em casa, então não necessito sair diariamente. Receitaram analgésico, antialérgico e anti-histamínico.

Seguinte: – Viajaste recentemente ou a suspeita é de transmissão comunitária?

Westeuser – Não viajei, mas presto serviço para uma agência de intercâmbio e tive contato com diversas pessoas que viajaram. Não tenho a menor ideia de como fui contagiado.


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