O Ministério Público não tem vídeos de Miki Breier recebendo dinheiro de corrupção. Retiro a confirmação da mais recente entrevista do procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, à RBS.
O que motiva a construção do MP nas operações Proximidade e Ousadia são indícios de que em 2021 o então prefeito de Cachoeirinha recebeu propina para fraudar contratos de limpeza urbana.
O chefe do MP gaúcho explicou que Miki e Jorge Faud, dono da SKM, além de outros supostos operadores do esquema, tinham conversas monitoradas pelo Ministério Público, além de quebras de sigilo telemático e bancário.
Conforme Dornelles, em uma delas, Abdo, que mora no Paraná, pede para uma assessora sacar R$ 40 mil em dinheiro porque estaria voando para o Rio Grande do Sul, onde tem casa na Paragem Verdes Campos, em Gravataí. Miki é filmado no trajeto até a portaria do condomínio para uma suposta visita ao empresário.
– Não entramos, ou revelaríamos que estávamos investigando – explicou o procurador-geral, sobre a fase da operação anterior ao primeiro afastamento em 30 de setembro de 2021.
Conforme o chefe do MP, ao sair do condomínio Miki contata a esposa, Vanessa Moraes, para busca-lo. O empresário então liga para a assessora e diz para ir até a casa de Miki e levar “os 40”. A funcionária faz a suposta entrega e, ao sair, confirma para Abdo que está “tudo certo”.
Cinco dias depois o MP cumpre mandado de busca e apreensão na casa de Miki. Dornelles diz que, ao ser perguntado pelos investigadores, o próprio Miki informa ter R$ 40 mil em dinheiro. São localizados cerca de R$ 20 mil.
– A família estava gastando muito aquela semana. Tinha comprado carro, um estúdio de gravação – analisou o procurador, calculando que, com os salários brutos de R$ 19 mil do prefeito e de R$ 5 mil da esposa como assessora na Assembleia Legislativa, o casal teria no máximo um rendimento líquido de R$ 15 mil mensais:
– Óbvio que do trabalho regular parece não ser – opinou Dornelles.
O chefe do MP também apresentou duas planilhas apreendidas em um cofre da SKM que fazem referência a Cachoeirinha.
Em uma, R$ 60 mil são divididos em três diferentes datas, com “Filho, Miki, Filho” como supostos destinatários.
Outra é chamada de “quadro de investimentos pré-operacionais sw 2021” e totaliza R$ 365 mil: R$ 60 mil em dinheiro e outros R$ 180 mil e R$ 125 mil em diferentes notas fiscais.
– Há provas decisivas nos dois casos – garantiu o procurador-geral, se referindo ao afastamento do prefeito de Canoas Jairo Jorge também sob suspeita de corrupção; e alertando para a complexidade das investigações.
– Aí podem vir aqui, dizer que passou um ano e não aconteceu nada – lamentou, alegando só estar se manifestando por ter sido provocado por entrevistas dos ex-prefeitos.
Dornelles também reafirmou que Miki já foi “afastado e cassado”.
Miki Breier tuitou após a entrevista.
Sigo eu.
Palavras tem força. Matam até. Metafísica ou literalmente. Reputações ou corpos. A entrevista do chefe do MP gaúcho só reforça o que quem procurou nas mais de 5 mil páginas do processo não encontrou, mas que, tenha alguém dito existir ou não, já restava como prova condenatória ao menos no imaginário de quem acompanha o caso: vídeos com Miki recebendo dinheiro.
Inegável é a força da narrativa do MP para a suposta triangulação do dinheiro entre o dono da SKM, sua assessora e Miki. Mas não há, para além das ligações e mensagens, ou ao menos não localizei nas investigações, um rastreamento das notas sacadas no Paraná com as apreendidas em gavetas da casa ou nos bolsos do prefeito.
O MP precisará ainda, para conseguir uma condenação, provar ao Judiciário o nexo causal entre o suposto dinheiro recebido e as supostas irregularidades nas licitações; cujos contratos ficaram mais caros após o afastamento do prefeito.
Reputo, como já tratei em artigo anterior, erra o chefe do MP ao insistir em misturar o caso criminal com eleitoral, ao dizer que Miki já foi “afastado e cassado”.
Sabe bem o senhor Dornelles que Miki foi afastado do cargo na investigação criminal sobre a suposta corrupção nos contratos da limpeza urbana. A cassação eleitoral aconteceu por suposto abuso de poder econômico e político do prefeito na campanha pela reeleição, por supostamente ter pago vantagens indevidas a servidores durante período eleitoral.
Se bem que, no caso de Miki, mesmo que permita funcionar como um envenenamento do poço das reputações, é um erro retórico, de microfone, fora dos autos. No caso de Jairo Jorge o MP ‘teletransportou’ o prefeito até São Paulo para buscar a propina.
JJ estava em Canoas.
Ao fim, aguardemos como o Judiciário vai receber as denúncias que colocam Miki como chefe de uma organização criminosa que desviava metade dos contratos, com lucros exorbitantes e enriquecimentos ilícitos.
Como comparo desde que explodiu o escândalo, se provado é caso de Fantástico. Se não, é Zorra Total.
Assista entrevista de Miki ao Seguinte:, na semana passada
Uma resposta
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