O ‘talibã brasileiro’ promoveu seu primeiro ato terrorista contra o World Trade Center da democracia, neste sábado de Natal, nos arredores do Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília.
O terrorista é George Souza, 54 anos, confesso bolsonarista e frequentador do Quartel General (QG) do Exército em Brasília.
O empresário do Pará foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal no fim da noite como responsável pela confecção de uma bomba que seria instalada por outro terrorista em um caminhão-tanque, carregado de querosene de aviação, que teria como destino o aeroporto da capital federal.
A bomba foi desativada em operação da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Uma das pistas do aeroporto precisou ser interditada. A Polícia Civil ainda procura o cúmplice e outros integrantes do grupo terrorista.
– Ele é morador do Pará e veio, justamente, para participar das manifestações lá no QG. Ele faz parte desse movimento de apoio do atual presidente (Jair Bolsonaro). Eles estão imbuídos dessa missão ideológica, segundo ele, mas que saiu do controle. As autoridades policiais, principalmente aqui em Brasília, vão prender qualquer um que atente contra o Estado Democrático de Direito – disse o delegado-geral, Robson Cândido.
O terrorista bolsonarista, que é registrado como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), também tinha um arsenal de armamentos pesados. Ele contou ter trazido de seu estado, em sua caminhonete, os materiais explosivos e dinamite usados para explosão de pedreiras.
– Poderíamos ter uma tragédia de repercussão internacional caso um avião comercial fosse atingido – alertou o delegado, que informou que os terroristas responderão por posse e porte de arma de fogo e explosivos, além de crime contra o Estado Democrático de Direito.
A soma das penas pode ultrapassar 30 anos de prisão.
Ao fim, chamo TERRORISMO e TERRORISTAS. Em qualquer lugar do mundo – exceto nas grandes redes de mídia brasileira – é assim que se noticia um atentado onde se planeja explodir uma bomba em um aeroporto; ainda mais na capital federal do país.
E, na abertura do artigo, lembro do primeiro ataque ao World Trade Center, ao apontar esse atentado às Torres Gêmeas da nossa democracia.
Em 26 de fevereiro de 1993, um furgão carregado com 700 quilos de explosivos explodiu na garagem da Torre Norte do WTC. Seis pessoas morreram. A intenção era derrubar os prédios, por onde já circulavam 20 mil pessoas.
Oito anos depois, em 11 de setembro, restaram 3.278 vidas perdidas no ataque às Torres Gêmeas.
Ah, o Martinelli está exagerando. Afinal, não morreu ninguém. Talvez no próximo atentado morram 6, não 3 mil; pouco talvez apenas para quem relativiza 693 mil mortos pela covid.
Reputo inegável é que estamos testemunhando nascer um ‘talibã brasileiro’; não só no fundamentalismo de discurso, mas na letalidade da ação.
Ainda Presidente da República, Jair Bolsonaro está em cúmplice silêncio.
Assista entrevista com o diretor da Polícia Civil postada no canal do Metrópolis