3º NEURÔNIO

Juros de morte!

Recomendamos o artigo do advogado, administrador de empresas e contabilista Volnei Borba, CFO, Leftbank Serviços Financeiros


A política monetária tem impacto direto na economia, nas decisões de investimentos, no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), geração de empregos, renda. A atual política econômica implementada pelo (ainda) presidente do Banco Central, o economista Roberto de Oliveira Campos Neto (53 anos), vem prestando um desserviço ao povo brasileiro e ao setor produtivo.

Em recente visita ao Brasil, o Professor da Universidade de Columbia (EUA) e vencedor do prêmio Nobel de economia em 2001, Joseph Stiglitz denunciou em alto e bom som que a atual taxa de juros básica do Brasil em 13,75% ao ano, é “chocante”, uma “pena de morte” para a economia brasileira.

O Banco Central vem elevando a taxa de juros básica que lá em março de 2021, representava 2% para a estratosférica taxa de juros injustificada de 13,75% desde agosto de 2022, patamar esse que se mantém o dia de hoje (30/03). Essa taxa de juros fez brindar um prêmio nada saudável ao brasil: a maior taxa de juros real do mundo, descontada a inflação, com 7,38%. O México por exemplo, é o segundo colocado com taxa de juros de 5,73%, a Colômbia na quarta posição paga 3,40%, a África do Sul, oitava no ranking, remunera em 1,37% e a China, que está em décimo lugar para somente 0,29% de juros reais, portanto, pode-se afirmar que o prêmio Nobel de economia tem razão em afirmar que o atual presidente do Banco Central, representando um verdadeiro projeto de morte!

A modulação da taxa de juros é um instrumento adotado para ajudar a combater os processos inflacionários, no entanto, ela deve ser usada para combater a inflação de demanda, quando a economia está superaquecida, porém, a realidade brasileira é outra. O momento ainda é de elevada taxa de desemprego, com cerca de 10 milhões de desempregados e mais um exército de 4,5 milhões de desalentados, além disso, baixíssimo crescimento econômico e uma previsão do aumento do PIB para 2023 de apenas 0,79%!

A Lei Complementar 1769/2021, em seu Art. 1o, que definiu a autonomia do Banco Central, estabelece de forma cristalina que um dos objetivos é o atingimento do pleno emprego, indo ao desencontro inclusive da própria legislação. Conforme dados do próprio Banco Central, para cada ponto percentual a mais na SELIC, a dívida pública bruta cresce R$ 35bilhões em termos anualizados. Em 2022 apenas em juros a conta totalizou R$ 590 bilhões, um dos maiores patamares históricos do Brasil, apenas a titulo comparativo, isso representa mais de 4,3 vezes o orçamento da educação e da saúde!

O impacto negativo dessa política monetária se torna de fato um projeto de morte, sem falarmos inclusive na alta concentração bancária, o travamento no crescimento da economia, para decisões de investimentos públicos e privados, na criação de emprego, renda e inclusive na democratização do acesso a crédito ao cidadão brasileiro, mas também ao micro, pequeno, médio e grande empresário, é chegado o momento de mobilização nacional de pressão política de nossas lideranças em prol de uma nação mais justa, igualitária e com juros minimamente civilizados que permitam colocar a economia brasileiro em plena expansão e crescimento.

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