O vereador David Almansa (PT) denuncia que testemunhou o prefeito Cristian Wasem (MDB) e o secretário de Infraestrutura Cleo Pereira agredirem a socos seu chefe de gabinete Cristiano Kingeski, no camarote do show de Alexandre Pires, neste domingo, em uma casa noturna de Cachoeirinha.
Reproduzo a ocorrência registrada por Kingeski, a qual o Seguinte: teve acesso, e, abaixo, sigo.
Nesta segunda-feira Kingeski, acompanhado por Almansa, fez exame de corpo de delito no Departamento Médico Legal (DML), foi ao Palácio da Polícia, onde representou criminalmente contra Cristian e Cleo, que desde que o prefeito era vereador é seu principal assessor, e também procurou a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Laura Sito, que vai agendar depoimento para o vereador e o assessor serem ouvidos.
Almansa e Kingeski, que é ex-vice-prefeito de Gravataí, também fizeram contato com o Instituto Marielle Franco, que incluiu os dois na lista de políticos sob ameaça.
– Eu estava fazendo um selfie. Não estava filmando o prefeito – disse Kingeski, narrando ao Seguinte: os mesmos acontecimentos registrados na ocorrência, enquanto era levado para fazer uma tomografia por sentir dores na nuca.
– Se o prefeito faz isso, o que podemos esperar de outros apoiadores do governo? Entendo como uma autorização para a violência política. Triste para quem tem fé ver esse comportamento de alguém que vai a cultos e se diz cristão. A Bíblia diz que “a boca fala do que o coração está cheio” – disse Almansa, que como o prefeito é evangélico, citando Mateus 12:34.
O líder da oposição, que ficou em segundo lugar na eleição suplementar para a Prefeitura, vencida por Cristian, diz que teme pela vida; sua, de sua família, de seu chefe de gabinete, assessores e apoiadores políticos.
– Não quero ser mais uma Marielle – desabafa, lembrando que a vereadora do Rio de Janeiro foi assassinada em 14 de março de 2018, no dia em que ele, Almansa, faz aniversário.
O Seguinte: relatou o caso para a Comunicação da Prefeitura, mas até o fechamento deste artigo não recebeu a reposta. Assim que chegar, publico.
Ao fim, reputo gravíssimo os acontecimentos, se assim aconteceram – a investigação policial vai, ou não, esclarecer, já que é possível que câmeras tenha gravado o episódio.
Fato é que conheço Kingeski desde 1996, quando ele era um menino que acompanhava a mãe, Fátima, dirigente do PT, na campanha em que Daniel Bordignon chegou à Prefeitura, e eu fazia a cobertura política de Gravataí.
Acompanhei toda sua trajetória, como presidente do partido, secretário, coordenador e campanha e vice-prefeito.
É um cidadão sério, pai de uma linda família.
Assim como fidúcia tem Almansa.
Inegável é que qualquer relato feito pelos dois políticos merece credibilidade.
Resto preocupado, temeroso até; temos eleição – não disputa por território – no ano que vem.
Soca minha cabeça o episódio da edição do AI-5, quando Pedro Aleixo, político e civil, vice-presidente do ditador Costa e Silva, dizia ao presidente militar da sua preocupação com a edição do AI-5.
– Presidente, o problema de uma lei assim não é o senhor, nem os que com o senhor governam o país. O problema é o guarda da esquina.