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CANOAS | Chuva e chuva: até terça, ainda tem risco de ‘pé-d’água’ para encerrar setembro; EClima de olho no céu e no nível do Sinos

EClima monitora acúmulo de água no Paqueta devido a cheia do Rio dos Sinos. Foto: Guilherme Pereira/ECom PMC

Primavera chegou com chuva e setembro se vai com ela: choveu mais neste mês do que o triplo da média para o período. Gabinete de Gestão de Risco está mobilizado

Sábado, 23, 22h. No gabinete da Secretaria de Segurança Pública de Canoas, onde costuma se reunir Comitê de Gestão de Risco formado por diversas secretarias de governo e liderado pelo EClima, o Escritório de Resiliência Climática, o sinal de alerta estava ligado. A previsão do tempo para Canoas é de bastante chuva deste domingo, 24, até terça, 26. A primavera que chegou no sábado parece não ter levado as nuvens embora: setembro vai se despedir como chegou, com água ‘despejada de balde’ dos céus – ou quase isso.

Nos próximos três dias deve chover cerca de 140mm – um pouco menos do que a média histórica para o mês de setembro, que é de 147,8mm. O número, conforme o EClima, é baseado nos volumes de precipitação registrados em Porto Alegre já para se obter uma média de chuva local são necessários dados de pelo menos três décadas, o que Canoas ainda não tem. De qualquer forma, já choveu aproximadamente 430mm por aqui desde o início do mês, o que vai fazer de setembro o mês em que o céu, literalmente, despencou em água: se os números se confirmarem e não há motivos para duvidarmos disso, terá chovido em 30 dias mais do que o triplo da média esperada para o período. Três vezes mais!

O risco desse volume tão grande de chuva são os transtornos óbvios percebidos por todos que precisam sair às ruas, mas também um que silenciosamente preocupa: o aumento do nível dos rios, especialmente o Sinos. A chuva do dia tem provocado acúmulo de água sobre pista em ruas dos bairros Mathias Velho, Rio Branco, Fátima e Niterói, mas o Sinos cheio pode desabrigar famílias inteiras no Paquetá. A Defesa Civil informou ainda no sábado que, por enquanto, não teve que remover ninguém de suas casas, mas segue monitorando a situação.

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Rios que enchem com os passar dos dias

Aqui cabe também um segundo esclarecimento sobre uma determinada característica dos rios da região. Tanto o Sinos como o Gravataí são mananciais que registram os maiores volumes de água corrente assim que as chuvas passam. Isso acontece por serem rios longos, com afluentes, e que recebem águas pluviais de cidades em todo o seu percurso. Assim, é depois que a chuva vai embora que eles atingem o auge do volume de água. Se estão cheios agora, dá para esperar que ainda aumentem de nível nos próximos dias, mesmo que o sol dê o ar de sua graça ao longo da semana.

Em Novo Hamburgo, a medição do Rio dos Sinos era de 6,84 metros na sexta, 23. A exemplo de Canoas, há acúmulo de água em algumas ruas dos bairros Integração e Canudos, mas sem famílias desalojadas por enquanto. Para efeito de comparação, a última grande cheia dos Sinos em Novo Hamburgo foi em 2013, quando o rio atingiu a marca de 8,22 metros.

Não há dados de medição do Sinos e do Jacuí em Canoas.

Mobilização

A Prefeitura de Canoas informou, no sábado, que segue mobilizada para evitar que a cidade sofra com o excesso de chuvas. As subprefeituras receberam quantidades extra de lona para distribuição à população em caso de necessidade. A providência pode amenizar a situação de desabrigo em caso de queda de granizo como foi registrado em Bagé na sexta, 23.

As Casas de Bombas ao longo do dique na Mathias e Mato Grande terão equipes mobilizadas para controle do devido funcionamento da estrutura. Às oito Casas de Bombas estão em pleno funcionamento, segundo a Prefeitura.

Em caso se necessidade, onde procurar ajuda?

Os ginásios das escolas Paulo VI, na Avenida Irineu Carvalho Braga, 2781, bairro Fátima, e Thiago Würth, na Avenida Rio Grande Do Sul, 4240, bairro Mathias Velho, servem novamente de referência para receber eventuais famílias desabrigadas ou desalojadas.

Casos de emergência podem ser comunicados diretamente à Defesa Civil pelos telefones (51) 3476-3400 e (51) 99322-5764. O órgão também distribui lonas para as subprefeituras, caso necessário. O Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo 193; a Guarda Municipal pelo 153 e a Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade pelo 156.

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