RAFAEL MARTINELLI

BM Ambiental solta nota após denúncia de que segue massacre de jacarés e cervos em extinção no rio Gravataí; Os covardes, criminosos e impunes

Imagens de 2017 mostravam inclusive crianças em meio à quadrilha de caçadores de jacarés

O Comando Ambiental da Brigada Militar soltou nota após o perfil de Instagram “Mato do Julio” denunciar que segue o massacre de animais silvestres, como jacarés, capivaras e o quase extinto cervo do pantanal, no rio Gravataí, na Área de Proteção Ambiental (APA) do Banhado Grande.

Denunciei a tragédia ambiental ainda em 2017, em uma série de artigos publicados pelo Seguinte: como EXCLUSIVO | O revoltante caso do massacre de jacarés no Gravataí ; Algo para conter massacre de jacarés no Rio Gravataí e Caça por terra, água e ar aos exterminadores de jacarés.

De lá para cá, testemunhei muita pirotecnia e uns poucos visitando por algumas horas a cadeia devido aos crimes ambientais.

O vídeo divulgado pelo perfil ambientalista você assiste clicando aqui.

Reproduzo na íntegra a nota assinada pelo coronel Rodrigo Gonçalves dos Santos, comandante do CABM, e, abaixo, sigo.

“(…)

Em virtude da recente veiculação de um vídeo na plataforma Instagram de 2023, o Comando Ambiental da Brigada Militar esclarece que tais fatos são antigos, datados entre os anos de 2018 e 2022 os vídeos com as carcaças de capivaras foi em agosto de 2022, o primeiro vídeo do cervo do pantanal foi em 2018 e um segundo foi em fevereiro de 2023), e que em todos a Brigada Militar, ao tomar conhecimento das denúncias, adotou as devidas providências de vistoria, inspeção de locais e patrulhamento ostensivo em toda a região que abrange a Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande – APA Banhado Grande.

Registre-se que esta área é a maior Unidade de Conservação Estadual em termos de extensão, com mais de 136 mil ha de área, compondo 2/3 de toda a área da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, e que este Comando Ambiental sempre envidou os esforços possíveis para patrulhar e coibir atos de caça, pesca ilegal, captação irregular e desvios de cursos d’água, abigeato e até mesmo destruição de áreas de banhado e impedimento da regeneração de vegetação nativa da região.

Neste período de 2018 e 2022, linha do tempo em que se registrou as ocorrências que são citadas no vídeo, o Comando Ambiental realizou mais de 100 operações policiais, fora os atendimentos de ocorrências específicas, e no ano passado (2023) recolheu mais de 12 mil metros de rede, 6 armas de fogo e prendeu 4 pessoas, todas por crimes ambientais, apenas na região do APA, e que vai continuar a empregar seus efetivos e apoiar a Secretaria Estadual de Meio Ambiente no constante combate aos ilícitos ambientais em toda a Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí e adjacências.

RODRIGO GONÇALVES DOS SANTOS

Cel QOEM – Comandante do CABM

Comando Ambiental

“O Braço Verde da Brigada Militar”

(…)”

Sigo eu.

Como escrevi lá em 2017, não há como não se revoltar ao assistir aos vídeos e ver as fotos que, na época, o Seguinte: obteve com exclusividade, onde os caçadores debocham dos próprios crimes, chegando a deitar sobre jacarés mortos. 

São cenas fortes. Não provas vivas, mas testemunhas mortas de que, enquanto estivermos de costas para o Rio, o Gravataí seguirá dos predadores: tanto dos que portam armas, quanto dos que só enxergam na terra cifrões ou nas águas um sumidouro para chaminés submersas.

É que, por mais que o Comando Ambiental da Brigada Militar tenha boa vontade, não tem estrutura, e quem conhece o rio sabe que o Gravataí continua território sequestrado por predadores, caçadores e pescadores que não respeitam a fauna silvestre.

E, sob a legislação frouxa dos “colecionadores, atiradores e caçadores”, os CACs, amplificada por Bolsonaro, e pouco combatida por Lula, jacarés, inofensivos animais centenários sob ameaça de extinção, seguem na mira não de garruchas, mas de armas de ponta.

Sem falar em aves e capivaras, desde sempre não mais que bife de mercado para gente que, de pai para filho, impunemente se esconde atrás da tradição para cometer crimes que pelo menos até este minuto nunca deram em nada.

Covardes, criminosos e, ainda, impunes.

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