RAFAEL MARTINELLI

Lula colocou Netanyahu no paredão do BBB do Mundo

Neste domingo tuitei sobre o polêmico discurso de Lula na África sobre o genocídio que o governo extremista de Netanyahu comete na Palestina.

André Boeira, jornalista da região que saiu do armário a partir da ascensão do bolsonarismo, fez acusações a mim de uma desonestidade intelectual característica da seita que segue.

Reproduzo o tuíte, o comentário e, abaixo, sigo, insistindo em minha posição: Lula colocou Netanyahu no paredão do BBB do Mundo.

Lula fez um discurso histórico. Arriscou comprometer a estabilidade de seu governo de crescimento chinês para fazer um corajoso gesto pela humanidade.

É uma declaração que cruza sim uma linha vermelha, como disse Netanyahu, mas do vermelho sangue do genocídio de palestinos.

Enquanto Boeiras e sabujos da mídia brasileira se associam na condenação a Lula, resta o carniceiro de Gaza isolado internacionalmente.

Até o fechamento deste artigo, não vi aliados ocidentais de Israel – Biden, Macron e eteceteras – condenando as declarações de Lula.

Ah, Luciano Huck não vale.

Fato é que as declarações de Lula colocam Netanyahu num paredão internacional.

Lula provocou uma tempestade perfeita no mundo, que assim como a neve de Stalingrado, pode ter pelo menos adiado a invasão de Rafah, onde quase dois milhões de palestinos vivem hoje em tendas, em um grande campo de refugiados para onde foram mandados por Netanyahu, e como consequência de um ataque poderá virar um dos maiores campos de extermínio da história humana.

Se a GloboNews usa como fonte André Lajst, ex-soldado israelense e chefe no Brasil da StandWithUs, entidade do lobismo sionista, que é uma doutrina racista, supremacista e de apartheid, permito-me usar dados da Federação Árabe Palestina do Brasil, para mostrar que a comparação de Lula não tem nada de absurdo.

Em 135 dias de genocídio são 29.398 mortos e 8 mil desaparecidos sob escombros. Representa 1,68% da população de Gaza.

Aplicando essa porcentagem ao mundo seriam 136 milhões de mortos. No Brasil, 3,4 milhões de assassinados.

Para efeitos de comparação, numa escala de extermínio, em 6 anos, duração da Segunda Guerra Mundial, seriam três vezes mais mortos. Em 135 dias.

Netanyahu matou, proporcionalmente, 236 vezes mais crianças que a Segunda Guerra Mundial.

Ao fim, o ato terrorista do Hamas, e a morte de israelenses, crianças inclusive, não pode restar como autorização para o genocídio filmado na Palestina.

Obrigado, Lula, por não se acovardar como aqueles que silenciaram frente a Hitler antes do Holocausto, tragédia a qual, como bem observa o jornalista Glenn Greenwald, Netanyahu não é dono.

Às vezes é preciso ir além dos respingos de sangue nos punhos de renda da diplomacia.

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Uma resposta

  1. Não é possível se calar frente a destruição do Estado Palestino e muito menos aceitar ilações a fakenews como verdades históricas. Não se trata de uma guerra de disputas por áreas, mercados ou acomodação de grupos étnicos. Se trata de supremacismo, Eugênia, de limpeza étnica. Não há muita diferença com o que os alemães pensavam sobre os aprisionados e sacrificados nos campos de concentração. Lula não se acovardou e não há o que reparar na sua fala. Algum estadista precisava chamar para si esta responsabilidade. Lamento pelos Bueiros a carregar suas lamas , ops… Boeiras.

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