Em meados de 2023, Sara Nascimento e Isadora Heimig, alunas de bateria do projeto de iniciação musical do Instituto Ágora, sugeriram a seu professor, Filipe Nero Santana, que criasse um bloco para sair no Desfile de Carnaval de Cachoeirinha, ideia que foi prontamente acolhida por ele.
Em dezembro, Filipe começou a ensaiar seus alunos e outros interessados em integrar a bateria e, em fevereiro, a partir da chegada de instrumentos de percussão que adquiriu com recursos da Lei Paulo Gustavo, pôde aumentar o número de participantes para 30, e os ensaios se tornarem mais frequentes.
O bloco decidiu homenagear, este ano, os afrodescendentes de Cachoeirinha, que, segundo o IBGE, já são 20% da população. ´
Sua história, que começou, há 200 anos, com a chegada de escravizados trazidos para a fazenda do Comendador João Baptista Soares da Silveira e Souza, é contada no samba-enredo do bloco, composto pelo mestre da bateria, Filipe Nero Santana; seu puxador, Emerson Lima; e o cavaquinista Wilson Lucas.
Na hora de batizar o bloco, foi pedido ao escritor Rogério Andrade Barbosa, um grande conhecedor das questões africanas e afro-brasileiras, que sugerisse alguns nomes sonoros e significativos. E, entre os que sugeriu, foi escolhido o da mulemba, uma espécie de figueira, sob cuja copa frondosa, costuma-se realizar, em algumas regiões da África, rituais em memória aos ancestrais. E foi acrescentado “da Caxu”, forma reduzida de Caxuxa, apelido carinhoso dado à cidade.
A rainha da Bateria é Ana Bento, cuja família é homenageada no samba-enredo por seu envolvimento histórico com o Carnaval de Cachoeirinha.
O Desfile de Carnaval de Cachoeirinha acontece neste sábado, 9 de março, das 20 às 24h, na Praça da Juventude.
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