A ‘fofoca interminável’ em Cachoeirinha é que Dr. Rubinho deve ser o vice de David Almansa (PT) na disputa pela Prefeitura. E pelo PSDB do governador Eduardo Leite (PSDB).
Trato ainda como interminável fofoca, porque não tenho confirmação. Mas há indícios de aproximação entre os dois partidos.
A foto que ilustra este artigo mostra Almansa participando de atividade da ONG Vida Viva, da família Mello, que comanda o PSDB.
Estão juntos, sorridentes, Almansa, o vereador Deoclécio, a filha, Aline, advogada que é presidente municipal dos tucanos, além da matriarca, Iara.
Brinca-se em Cachoeirinha que, quando a dona Iara está presente, é sempre um símbolo político.
Como já tratei em artigos como Almansa aposta na política de ‘frente ampla’ de Lula para enfrentar Cristian em Cachoeirinha; O MarxDonalds, a mesa e o menu e As vontades ocultas nas notas do PL e do PSDB após reuniões de partidos de oposição em Cachoeirinha, articula-se, com o ex-prefeito José Stédile (PSB) operando nos bastidores, uma grande aliança de oposição para enfrentar a reeleição do prefeito Cristian Wasem (MDB), excetuando-se os bolsonaristas do PL que lançaram João Dedão como candidato; leia em Bolsonarismo lança João Dedão à Prefeitura de Cachoeirinha; O deboche, a ‘manodoparquização’ e o dedo que falta.
Como Aline Mello já disse ao Seguinte:, o PSDB só aceita conversar indicando a candidatura a prefeito ou vice.
A negociação dos tucanos com Dr. Rubinho, hoje no União Brasil, que já está acontecendo, passa por aí.
A filiação do terceiro colocado na eleição suplementar de 2022, com 17.430 votos (Almansa foi segundo com 19.430 e Cristian venceu com 38.987), e que perdeu a eleição anterior, para Miki Breier (PSB), por apenas 318 votos em 2020, permite ao partido do governador ter candidatura viável eleitoralmente, a prefeito ou vice.
Ao fim, poderemos ter como principal adversária do prefeito Cristian uma chapa ‘MarxDonalds’: Almansa, o candidato do Lula, e Dr. Rubinho, que se abraçou a Bolsonaro na eleição suplementar.
É a Real Politik.
Por obvio, também um dilema, tanto para Almansa e Rubinho, como para PT e PSDB e, ainda, para o eleitor. Lembra-me uma do Millôr, que adoro evocar em Cachoeirinha porque o pessoal do meio político sempre ri.
“Pessoas se perguntam – ocasionalmente me perguntam – em quem confiar no momento em que não se confia na própria sombra, nem na luz que faz sombra? Mas convém ser assim pessimista?, pergunto eu. Tem sempre um lado bom. Ontem mesmo eu vi um cara (não via há muito tempo mas é até meu amigo, não digo o nome porque pode ocasionalmente ler este quadrado e achar que estou dedurando ele, embora essa deduragem seja para apontá-lo pelo que é, um raro e extraordinário homem de bem) que serve. Pude examiná-lo durante algum tempo, simpático como sempre, saudável, esse homem culto, claro de ideias, experiente, generoso, olha – pensei – esse é capaz de salvar o Brasil. Mas por que estava correndo desse jeito àquela hora da noite?”.
