Gravataí ainda não tem bombas móveis operando para drenar bairros inundados devido ao rio Gravataí e arroios restarem no mesmo nível. Conforme o prefeito Luiz Zaffalon, é preciso baixar cerca de 40 centímetros, o que é esperado ainda para esta semana. Mais de 10 mil gravataienses tiveram casas atingidas pela maior catástrofe climática da história do Brasil.
O município tem três bombas cedidas pela Corsan já prontas para operação e aguarda a chegada ao Rio Grande do Sul de outra da Sabesp, a companhia de águas de São Paulo.
– Outros municípios onde as bombas já funcionam tem barreiras de contenção, como diques e estradas, para impedir que a água drenada retorne. Gravataí não – explicou ao Seguinte: o secretário de Obras, Guilherme Ósio.
O secretário espera que, sem novas chuvas, em até 48h as bombas possam operar na Vila Rica e Vale Ville, os bairros mais inundados. No Caça e Pesca a água já está baixando.
– As pessoas estão angustiadas, cobram o uso das bombas que vêem em outros municípios, mas somos transparentes: não vamos apenas movimentar as águas de um lado para outro, sem resultado algum, apenas para fazer mídia – diz, alcançando a esperança de que, de acordo com o monitoramento diário dos alagamentos nas zonas sul e norte, “essa semana representará uma virada de chave” para as famílias voltarem para casa.
A Prefeitura estruturou um projeto piloto com válvulas de retenção, controladas por bóias, que se fecharão na ponta da tubulação que leva ao arroio Barnabé, quando o nível alto pressiona água a voltar pelas redes de drenagem – o que provoca as históricas inundações na Vila Rica.
– O futuro é uma casa de bombas – projeta.
Sexta, em A vez dos ‘pobres inundados de sempre’ em Gravataí: Zaffa garante obras de dique, lei para realocar famílias, casa de bombas, bacias e galerias de drenagem, além ajudar famílias a sacar os 5 mil de auxílio federal, reportei o compromisso do prefeito de começar ainda neste ano obras emergenciais, como a casa de bombas na região da Vila Rica – que será a primeira de Gravataí –, bacias de retardo para contenção de águas atrás da UPA da Morada do Vale e drenagem com galerias no entorno do campo do Bagé, na 64, e na Rosa Maria, na ERS-020.
Nesta segunda, a Prefeitura começou a limpeza de bairros onde a água está baixando, como Caça e Pesca. Os próximos serão Itatiaia, Mato Alto, Jardim do Cedro e Passo dos Ferreiros.
A projeção do secretário de Serviços Urbanos, Laone Pinedo, é de que todo o serviço de limpeza pós-catástrofe perdure por 30 dias.
A estimativa é recolher 12 mil toneladas de resíduos, entre móveis perdidos, eletrodomésticos, entulhos e lixo carregado pelas águas. No ciclone de janeiro foram 28 mil, devido à queda de árvores. A cota normal é de 3 mil/mês.
– É assustador. Muita gente perdeu tudo que tinha dentro de casa, devido ao tempo de inundação – constata.
A força-tarefa vai chegar a 130 funcionários, em seis equipes, operando com 17 diferentes máquinas, entre caminhões e retroescavadeiras, antes da fase de limpeza do barro das ruas com hidrojato.
– Também já é feita a limpeza urbana, canteiros, meio-fios, grama, para também ajudar no sentimento de retomada. Hoje cobrimos o Parque dos Anjos – diz, informando que todas regiões da cidade tem cobertura de recolhimento de lixo, “apenas com atrasos pontuais”.
O destino do lixo, depositado emergencialmente na estação de transbordo da Santa Tecla, já é feito normalmente para Minas do Leão.