O ‘aniversário de campanha’ de Daniel Bordignon (PT) teve anúncio de quase meio bilhão para obras anti-enchente e a duplicação da ERS-118 sem pedágio, feito pelo ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta.
O ex-prefeito, que é pré-candidato à Prefeitura de Gravataí, comemorou 65 anos em festa para, conforme os organizadores, mais de mil pessoas no CTG Aldeia dos Anjos, na noite deste sábado.
Pimenta informou que na terça-feira o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, anunciará em Porto Alegre investimentos no PAC Prevenção.
– Gravataí terá a melhor notícia da sua história na prevenção a enchentes – prometeu.
O ministro não antecipou detalhes ao Seguinte:, mas trata-se de uma rede de diques e obras na Grande Porto Alegre que atualizam projetos de 2012.
– São R$ 405 milhões e mais R$ 100 milhões para a ERS-118 – disse o vereador Paulo Silveira (PSB), líder do BOM, o Bloco de Oposição Municipal.
O ministro também anunciou a inclusão da conclusão da duplicação da ERS-118 entre Gravataí e Viamão “no plano da reconstrução” e “sem pedágio”.
Pimenta também trouxe o parabéns e o apoio político de Luiz Inácio Lula da Silva ao pré-candidato a prefeito.
– O presidente tem um grande carinho pelo Bordignon. Eleito, com a experiência e a capacidade de trabalho que tem, será o interlocutor perfeito para as coisas de Gravataí – concluiu.
– Bordignon tem o trilho para ir até Brasília, falar com o Lula e trazer recursos para Gravataí – disse o deputado federal Dionilso Marcon (PT), que criticou a inação do governador Eduardo Leite (PSDB) no pós-enchente.
– Lula veio quatro vezes, vai vir mais e liberou bilhões em recursos. Por que o governador, em vez de só reclamar, não usa o dinheiro da venda da Corsan, que guarda na poupança? – cobrou aquele que é um dos líderes nacionais do MST.
A presidente estadual do PT, Juçara Dutra, e a representante da Executiva Nacional, Misiara Oliveira, apresentaram a pré-candidatura do ex-prefeito em Gravataí entre as prioridades do partido no RS e no Brasil.
Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apresentou Bordignon como um dos principais líderes do PT gaúcho.
O deputado estadual Miguel Rossetto (PT), o vice-presidente estadual do PSB, Juliano Paz, e o ex-prefeito de Cachoeirinha José Stédile (PSB), também reforçaram a aliança – que reúne PT, PSB, PCdoB, PV e PSOL – como representante do governo Lula.
Bordignon dedicou a abertura de seu discurso para saudar o vice, o advogado trabalhista Diego da Veiga Lima (PSB).
– Seu pai, Lauro, foi conselheiro do Orçamento Participativo. Vamos retomar a participação popular – disse o ex-prefeito, acrescentando que “Gravataí era uma antes, foi outra depois de nossos governos”.
– Era uma cidadã-dormitório. Devolvemos a esperança – disse, lembrando a atração da GM em seu primeiro governo, em 1997.
– Rende 600 milhões por ano para a Prefeitura. Governamos sem esses bilhões e fizemos muito – disse, citando entre investimentos a UTI do hospital, ganho real para o funcionalismo e asfalto.
– Encerramos com professores com o segundo melhor salário, hoje é o nono. Os governos deles deram 1.79% de reajuste frente uma inflação de 37% – lembrou, unindo os governos Marco Alba (MDB) e Luiz Zaffalon (PSDB) nas críticas, como por exemplo as reformas de postos de saúde sem a contratação de médicos.
– Faltam médicos de manhã, de tarde e de noite – disse, também prometendo inverter a prioridade de “obras que beneficiam o privado, os amigos, os cúmplices, para “investimentos nos bairros e vilas”.
Frente a hoje aliados que foram artífices do golpeachment de 2011, como o ex-prefeito Sérgio Stasinski (PV), Bordignon também fez uma referência especial a Rita Sanco (PT), pedindo palmas “para a prefeita eleita com o maior número de votos da história de Gravataí, 68 mil”.
– Foi vítima de uma violência política. O MDB só chegou à Prefeitura com um golpe – disse, mais uma vez, como na entrevista ao Seguinte: que a Justiça Eleitoral mantém fora do ar, identificando Marco Alba e Zaffa como “extrema direita”, “bolsonaristas”, “golpistas” e “fascistas”.
– Um coordenou a campanha de Bolsonaro em 2018, outro em 2022. Hoje se fantasiam de democratas. Se tivesse havido golpe, estariam batendo palmas.
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Ao fim, a festa mostrou que, carregada pelo legado e popularidade de Bordignon, assim como acontece com Lula nacionalmente, a esquerda está viva em Gravataí. Se vive, ou sobrevive, as urnas dirão.
Fato é que, mesmo após o calvário judicial de mais de uma década, entre impugnações, golpeachment e uma eleição vencida em que não pode assumir, Bordignon vive.
Assista ao vídeo produzido pela SEGUINTE TV