A executiva eleitoral do PT confirmou em reunião na noite desta quinta-feira a manutenção da candidatura de Daniel Bordignon a prefeito, após a polêmica da publicação de reportagens que levantam suspeita de assédio sexual cometido em 2018 pelo ex-prefeito, e reproduzem prints de suposta conversa dele, à época dos fatos com 59 anos, e ex-aluna adolescente, de 16 anos, caso que reportei em Bordignon aciona justiça alegando calúnia na denúncia por assédio em conversas com ex-aluna adolescente e Justiça eleitoral determina retirada de postagens sobre suposto assédio em conversas de Bordignon com adolescente.
O vice, Diego da Veiga Lima (PSB), também mantém a candidatura.
O Seguinte: procurou os partidos da coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT/ PC do B/ PV / PSB / PSOL / REDE). Até o fechamento deste artigo, apenas o PSOL manteve objeções à candidatura e não vai mais pedir votos para a chapa majoritária, conforme tinha anunciado na quarta-feira; leia em PSOL pede que PT substitua candidatura de Bordignon em Gravataí após divulgação de conversas com ex-aluna adolescente.
– Em nossa análise é o nome com condições de enfrentar o governo, um projeto que está na Prefeitura desde 2011, não tem propostas para enfrentar os problemas da cidade e faz uma campanha baixa, de falso moralismo – diz a presidente do PT de Gravataí, Adelaide Klein.
A presidente reforça que o caso foi arquivado sem identificação de crime, a coligação ingressou judicialmente alegando calúnia e propaganda irregular e decisão da justiça eleitoral determinou a retirada de reportagens sobre o suposto assédio.
– É um tema caro, delicado, cuja exposição somente durante a campanha, e não em 2018, quando ocorreu, mostra que não existe nenhuma preocupação com assédio ou a exposição das pessoas envolvidas – avalia, respondendo “sim” quando questionada se o conteúdo das conversas divulgadas a incomoda.
Conforme Adelaide, a direção estadual do partido tem conhecimento do caso e, entre os petistas, não se acredita que adversários “usarão da baixaria” em outros municípios para prejudicar candidaturas feministas do PT, como Maria do Rosário, em Porto Alegre, e Stela Farias, em Alvorada.
A executiva eleitoral não recebeu nenhum pedido de troca de candidatura por correntes do partido, conforme a presidente. A DS, ala da ex-prefeita Rita Sanco, não participou da reunião.
As principais candidaturas à Câmara de Vereadores estavam representadas: a ex-vereadora Rosane Bordignon, esposa de Bordignon e que é integrante da executiva, estava presente e a presidente licenciada do sindicato dos professores, Vitalina Gonçalves, tinha representante da corrente.
Adelaide Klein trabalha com a confirmação do apoio do PV e PCdoB, partidos que ao lado do PT integram a Federação Brasil da Esperança. Ela também já comunicou o PSOL da decisão.
– Ainda esperamos contar com o partido. Ou ao menos que não ataquem nossa chapa majoritária ou as candidaturas proporcionais – diz.
Bordignon não retornou o contato do Seguinte: até o fechamento do artigo.
O vice, Diego da Veiga Lima (PSB), disse que a campanha continua, assim como o único vereador da coligação, Paulo Silveira (PSB). O presidente municipal dos socialistas, Luis Stumpf, não retornou contato do Seguinte:, mas o partido prepara nota confirmando a aliança.
Os presidentes do PV, Calebe Guimarães, e do PCdoB, Luis Felipe Benassuly, que também preside a Federação, também disseram que a campanha segue e manifestarão posição conjunta em nota após reunião da Federação. O presidente do PSOL, Renato Linck, reforçou a posição da nota pública divulgada na quarta e informou que, com a manutenção da candidatura confirmada ao Seguinte: pela presidente do PT, o partido não pedirá votos “para o 13”.
