Candidato do PL vai enfrentar o atual prefeito em ‘mano a mano’ marcado para o final do mês
O eleitor canoense tem um novo encontro com as urnas em 27 de outubro para escolher o prefeito da cidade para os próximos quatro anos entre Airton Souza (PL) e Jairo Jorge (PSD). Os dois foram os candidatos mais votados do primeiro turno em votação encerrada às 17h deste domingo, 6. Dos 259.593 eleitores aptos a votar, apenas 176.956 compareceram — uma abstenção de 31,83%.
Nesse quadro, o primeiro turno terminou assim:
Airton Souza (PL) — 51.472 votos (35,26%)
Jairo Jorge (PSD) — 43.442 votos (29,76%)
Campiol (Novo) —18.814 votos (12,89%)
Beth Colombo (Republicanos) — 15.313 votos (10,49%)
Márcio Freitas (PRD) — 10.121 votos (6,93%)
Rodrigo Cebola (PSol) — 6.824 votos (4,67%)
Brancos somaram 16.588 votos ou 9,37% do total. Anularam o voto 14.382 eleitores — 8,13% do total. O total de votos válidos no primeiro turno, em Canoas, foi 145.986.
Duas surpresas…
Duas questões chamam a atenção no resultado do primeiro turno: Airton ter ultrapassado a votação de JJ e Campiol ser o terceiro colocado. Explico.
Mesmo sendo o pior momento político de Jairo Jorge, pesquisas encomendas pelos partidos indicavam uma franca recuperação do prefeito — especialmente entre os moradores da mancha de alagamento da enchente. Era de se supor que não atingisse índices dos áureos tempos, como em 2020, quando somou praticamente 44% dos votos no primeiro turno, mas não deixa de ser uma surpresa que tenha pouco mais de 8 mil votos atrás de Airton — um candidato que caminhava para um vôo solo até as convenções de agosto quando foi ‘pego pela mão’ pelos ‘Busatos’.
Airton liderar o primeiro turno e estar segundo, aliás, tem muito de Luiz Carlos Busato (União Brasil).
Outro ponto que merece consideração é a votação de Odirlei Campiol, o até agora desconhecido — e lacrador — candidato do Novo. Em 2020, Camilo Bórnia chegou em terceiro, mas se posicionando como um liberal clássico, propositivo, com linguagem nova mas no papel do tradicional homem que deixa o mundo dos negócios para emprestar agilidade empresarial à política e ao poder publico. Campiol não é nada disso e, no entanto, supera a casa dos 12% sem ter aparecido com tal percentual em qualquer pesquisa feita pelos partidos até então.
… uma certeza
A certeza que teremos nesse segundo turno é a repetição da disputa que desde 2016 domina as eleições na cidade: JJ contra Busato — que, desta vez, está representado na chapa pelo filho, Rodrigo, vice de Airton. Repisam a ‘guerra’ Beth/Busato de 2016 e a JJ/Busato de 2020 numa versão 3.0 diante de um quadro eleitoral extremamente aberto.
Podemos esperar um segundo turno ‘parelho’, com o voto ‘disputado à unha’, como diz o ditado gaúcho; e com todos os elementos da tragicomédia política que Canoas assistiu tanto em 2016 como em 2020: acusações, dossiês, desmentidos e traições. Sim, traições no plural.
Canoas não será a última virgem desta Terra.