A ERS-118 não terá pedágio. A confirmação foi dada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), pelo chefe da Casa Civil, Arthur Lemos, e pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, Frederico Antunes (PP), entre a terça-feira passada e esta segunda, aos hoje três principais políticos de Gravataí com mandato: o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB), o deputado estadual e ‘embaixador de Leite’ na aldeia, Dimas Costa (PSD), e a deputada estadual Patrícia Alba (MDB).
A duplicação do trecho de 16 quilômetros entre a alça da Freeway (BR-290), em Gravataí, e o entroncamento com a ERS-040, em Viamão, deve ser anunciada em dezembro. A rodovia, porém, deve integrar pacote de concessões elaborado pelo governo estadual.
Conforme material divulgado pelas assessorias ao Seguinte:, Zaffa e Dimas ouviram a confirmação do chefe da Casa Civil nesta segunda-feira – como antecipei com exclusividade no X nesta manhã.
“Confirmamos o que sempre ouvimos de fontes confiáveis dentro do governo: o governador nunca afirmou que haveria pedágio na ERS-118, na zona urbana. Essas informações são narrativas criadas por diversos segmentos. O Governo do Estado está, de fato, buscando incluir a manutenção da rodovia, que abrange desde a recuperação de buracos e limpeza até a melhoria na sinalização, iluminação, drenagem, entre outros aspectos, em um amplo pacote de concessões. A rodovia ERS-010 também está envolvida nesse processo. Além disso, o governo está trabalhando para atrair investimentos públicos ou privados para a duplicação da rodovia, reconhecendo que sua manutenção é uma prioridade. A solução para esses desafios é complexa, mas o Estado segue empenhado em buscar as melhores alternativas para a região”, diz nota de Zaffa.
“Como deputado estadual de Gravataí, compartilho com muita alegria esse compromisso do governador Eduardo Leite com o desenvolvimento da nossa região. Junto ao prefeito Zaffa, seguiremos na luta por mais investimentos e conquistas para nossa cidade”, diz nota de Dimas.
Zaffa e Dimas compartilharam vídeo em frente ao Palácio Piratini, que você assiste clicando aqui.
Na terça-feira passada, a deputada Patrícia Alba (MDB) ouviu o mesmo diretamente do governador, e também do chefe da Casa Civil, conforme material enviado hoje ao Seguinte: por sua assessoria.
“É uma das notícias mais importantes para todos aqueles que lutaram para que não fosse instalado pedágio na 118, porque oneraria quem usa esse trecho, uma importante via de escoamento de produção. Durante as cheias, a ERS-118 era a única saída de Porto Alegre, tendo recebido um grande fluxo de veículos de todos os portes, o que prejudicou ainda mais as condições do asfalto. A rodovia se mostrou um corredor logístico essencial no cenário catastrófico de maio, mostrando a necessidade da duplicação. Contudo, o fato de termos nela uma rodovia pendular, de trânsito urbano e diário, torna inadmissível que se instale um pedágio”, diz nota de Patrícia.
O material divulgado por Patrícia Alba também informa a confirmação pelo líder do governo, Frederico Antunes (PP), de que “a ERS-118 não terá nenhum tipo de pedagiamento”, em participação na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, presidida por ela e que na última quinta-feira aprovou a Lei Orçamentária Anual do Estado.
Conforme a deputada de Gravataí, a duplicação poderá ser feita com recursos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), destinado ao enfrentamento das consequências sociais, econômicas e ambientais decorrentes dos eventos climáticos ocorridos em 2023 e 2024.
Com a postergação de pagamento da dívida do Estado com a União, deverão ser injetados R$ 12 bilhões no fundo nos próximos três anos. A duplicação do trecho Gravataí-Viamão é estimada em cerca de R$ 150 milhões.
Reportei a alternativa em Avança alternativa de concluir duplicação da ERS-118 sem pedágio em Gravataí; ‘Verdades múltiplas’ sob teste.
Ao fim, pelo que depurei das notas divulgadas pelos políticos, não há mais ‘verdades múltiplas’ sobre o pedágio. O governador vai cumprir o que assinou em documento do movimento RS 118 Sem Pedágio durante a campanha eleitoral de 2022: a rodovia não será pedagiada, nem com praça física, nem free flow, o ‘pedágio gourmet’ sem cancelas.
Se a duplicação será feita com recursos do Funrigs, e se será concedida para exploração pela iniciativa privada em lote incluindo outras rodovias que compensem sua manutenção sem pedágio, é o próximo estacionamento da polêmica: a ‘privatização à brasileira’, após mais de R$ 400 milhões em investimentos públicos nos 20 anos pelos quais se arrastou a duplicação.
