ANDREA CANTELLI

Religiões e respeito: o desafio do combate à intolerância

Em 21 de janeiro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, uma data de grande importância que surgiu como resposta a um trágico episódio ocorrido em 1996, quando a líder religiosa de um terreiro de Candomblé, a mãe-de-santo Gildásia dos Santos, foi vítima de intolerância religiosa. O ataque ocorreu em Salvador, Bahia, e serviu como um marco na luta contra a discriminação religiosa no país. Desde então, a data busca sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de promover o respeito à liberdade de crença e combater todas as formas de preconceito religioso.

Embora o dia 21 de janeiro seja um momento de reflexão e conscientização, os números mais recentes mostram que o Brasil ainda enfrenta sérios desafios nesse campo. Em 2024, o Disque 100, serviço do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, registrou 1.192 denúncias de intolerância religiosa em todo o país, o que representa um aumento alarmante de 43% em relação ao ano anterior. Esses dados revelam uma realidade alarmante: as agressões físicas, verbais, o vandalismo em templos e a exclusão social ainda são práticas muito presentes na sociedade brasileira.

As religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, continuam sendo as principais alvos dessa violência, mas não são as únicas. Religiões cristãs e islâmicas também têm registrado crescentes manifestações de hostilidade. As cifras apontam para um fenômeno que exige uma resposta urgente e eficaz por parte da sociedade e do poder público.

O aumento das denúncias é um sinal de que, embora o Brasil tenha avançado em alguns aspectos, o caminho para a tolerância religiosa ainda está longe de ser percorrido. Especialistas defendem que, além de políticas públicas mais robustas para garantir a liberdade de culto, é fundamental investir na educação. Ensinar as crianças e os jovens a respeitar a diversidade religiosa e promover o diálogo entre diferentes crenças são passos essenciais para construir uma sociedade mais inclusiva e pacífica.

Neste Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, é importante lembrar que a luta contra o preconceito religioso é de todos. Somente por meio da ação conjunta – de governo, sociedade e instituições – poderemos superar as barreiras da intolerância e assegurar que a liberdade religiosa seja uma realidade para todos, sem distinção.

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