RAFAEL MARTINELLI

Vereador mais votado de Cachoeirinha espalha fake news sobre responsabilidade de prefeituras em aumento de tarifas intermunicipais

É fake news que prefeituras tem participação no aumento das tarifas dos ônibus para Porto Alegre. Informações imprecisas foram divulgadas em vídeo pelo vereador mais votado de Cachoeirinha, Léo da Costa (PT).

Uso neste artigo a mesma régua da análise que fiz sobre post do vereador mais votado de Gravataí, Bombeiro Batista (Republicanos), sobre o Pix; leia em Vereador mais votado de Gravataí espalha fake news sobre Pix.

Em post, Leo da Costa pergunta: “R$ 20,65 o valor da passagem de Gravataí a Porto Alegre, o que acham disso?”. Em seguida lista as tarifas de Cachoeirinha (comum 7,83 e seletivo 17,30) e Gravataí (comum 10,30 e seletivo 20,65).

Após apresentar críticas à qualidade do transporte nas duas cidades, cobra: “Quem está fazendo isso não são só as empresas de ônibus, são as prefeituras. O mais bizado vou te explicar agora: as prefeituras tem o poder de definir o valor das passagens e deveriam fiscalizar e ser contra esse absurdo”.

O parlamentar de primeiro mandato ainda convoca: “temos que avisar todo mundo, enviar denúncias ao Ministério Público e pressionar as duas prefeituras para diminuir o preço das passagens”.

Está errado – não a causa em si, mas a forma, o quem.

As prefeituras são responsáveis pelas tarifas das linhas municipais, mas não tem nada a ver com as passagens de linhas intermunicipais, como as citadas no vídeo.

A responsabilidade pelo que Léo da Costa critica é do governo do estado, por meio da Metroplan.

Em Gravataí, a vereadora Vitalina Gonçalves (PT), também estreante, fez o caminho correto: como mostra em vídeo, foi até a deputada estadual Laura Sito (PT) e encaminhou para fevereiro uma audiência pública na Assembleia Legislativa, para cobrar o governo estadual.

Ao fim, em uma pauta sempre explosiva e polêmica como o transporte coletivo, a fake news, proposital ou não, só atrapalha.

Errar o alvo enfraquece a cobrança.

Com um sistema falido e dependente de subsídios públicos, a construção do valor das tarifas é uma questão que exige responsabilidade de governo e oposição. Só subir no caixote e denunciar pode até render curtidas e votos, mas não garante soluções.


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