Futebol nunca foi e jamais será um ato de justiça. Do contrário, o primeiro Gre-Nal de 2025 teria vestido vermelho e branco. Mesmo em plena Arena repleta de 43 mil tricolores.
A supremacia do time de Roger Machado nas duas etapas ilustra uma das principais máximas do esporte bretão: futebol requer tempo, rotina, repetição e insistência. Pelo lado vermelho, o nível de atuação reforça a maturidade da equipe. Para os mandantes, é preciso aumentar o som das sirenes e a luz do alerta.
O Sport Club Internacional desperdiçou uma oportunidade histórica para triunfar. Wesley e Bernabei à esquerda, poderiam ter decidido o jogo ainda na etapa inicial. A falta de recomposição de Pavón, por exemplo, esteve entre as razões que criaram um efeito cascata no sistema defensivo azul. Nos últimos 45 minutos, porém, questão atenuada por Quinteros. Mesmo assim, o volume, o bom futebol e as chances claras continuaram vestindo alvirrubro.
Gustavo Quinteros recebeu um legado quase nulo. É como se o ano de 2024 não tivesse existido na gloriosa história do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Embora tenha trazido alguns avanços na comparação com a mecânica, é evidente que os desafios são monstruosos para o novo comandante. O confronto com duas equipes da Série A nos últimos dias — embora os titulares não tenham atuado contra o Juventude — denotam o tamanho do atraso do tricolor na comparação com os principais adversários do país.
Não à toa, o treinador começou a entrevista pós-jogo fazendo um apelo público à direção por reforços. Foi praticamente um grito de socorro. E, nas entrelinhas, também uma maneira de justificar a esmagadora superioridade do tradicional adversário. Supremacia dentro da lógica do Futebol Além do Resultado, claro! Entretanto, existem providências que já deveriam ter sido tomadas pelo gestor. Até quando Monsalve será reserva de Cristaldo, por exemplo!?
O debate do campo e do jogo, porém, ganhou a famigerada companhia das questões do “apito”. Uma pena, mas nada de novo no futebol brasileiro, notadamente, no Maior Clássico do Mundo. Eu também marcaria pênalti para o Grêmio, porém, teria punido João Pedro com cartão amarelo após entrada em Wesley. Eis o erro de Rafael Klein, e o pior: foi desse lance que se originou a expulsão de Roberto Ribas e, consequentemente, a exclusão também de Roger Machado. Que regulamento esdrúxulo. Entretanto, aprovados pelos clubes anteriormente, né?
A performance de Roger no preparo e na formatação do Inter merece inúmeros elogios. A postura à beira do campo, porém, evidenciou que o ex-gremista sentiu a “recepção” nada calorosa na Arena do Grêmio. Ali, faltou o tão necessário profissionalismo. Não deixa de ser compreensível, claro, mas era visível que Machado estava completamente descontrolado na esfera emocional. A “expulsão” de alguém do banco colorado seria uma questão de tempo. E assim foi!
Com o empate do Grêmio, somado à derrota da última semana, a tendência de momento é de um clássico Gre-Nal já nas semifinais. Embora já com alicerces, o time de Quinteros é uma obra ainda em construção. E, o pior, faltando mão de obra qualificada.
Tic, tac, tic, tac, tic, tac…
O tempo, que tem consolidado o trabalho de Roger Machado às margens do Rio, é justamente o que necessita Gustavo Quinteros e o restante da sua comissão. Aos gremistas, resta apoio, doses cavalares de paciência e muuuuuuuuuuuuuuuita cobrança à diretoria pela chegada de atletas que reforcem o elenco em quantidade e, sobretudo, em qualidade. Para ontem, né?
Ao menos hoje, 10 de fevereiro de 2025, o sonho do inédito Octacampeonato gaúcho para o Grêmio está ancorado apenas na IMORTALIDADE. Aos colorados, caberá consolidar dentro de campo o favoritismo teórico. Mesmo por linhas tortas, os deuses da bola vestiram azul, preto e branco no primeiro clássico do ano. Empate com sabor de alívio para o tricolor dos Pampas.
Enquanto isso, o Juventude assumiu a liderança geral do Gauchão 2025. Olho nele, famosa dupla de Porto Alegre…
