SEGURANÇA

Vítimas de enchentes ameaçadas por agiotas: operação em Gravataí, Cachoeirinha e Canoas combate extorsão que explorou tragédia

Na manhã desta segunda-feira (30/06), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas, deflagrou a operação “Por Um Fio” para combater crimes de agiotagem, extorsão e associação criminosa.

Cerca de 50 policiais cumpriram um total de 19 medidas cautelares determinadas pela Justiça. Foram executados 11 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão temporária, abrangendo os municípios de Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Eldorado do Sul e Caxias do Sul. Até as 11h desta segunda-feira, seis investigados haviam sido presos. Entre os itens apreendidos estão aparelhos celulares, cartões bancários e simulacros de pistola e fuzil.

As investigações tiveram início após denúncia de extorsão praticada por agiotas. Conforme apurado, uma das vítimas, empresária, contraiu empréstimos para pagar dívidas, mas os investigados cobravam juros abusivos, aumentando exponencialmente o endividamento e tornando o pagamento insustentável.

Outro caso emblemático envolveu uma advogada, que procurou a polícia após ela e sua família começarem a sofrer ameaças de morte. A motivação foi a incapacidade de pagar uma dívida contraída com o mesmo grupo criminoso em Canoas. A advogada, que não teve a identidade divulgada por segurança, alegou ter recorrido aos agiotas para tentar salvar seu negócio, prejudicado pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024.

O delegado Gustavo Bermudes, titular da Draco de Canoas e responsável pela operação, destacou a importância da ação no enfrentamento ao crime organizado. “A operação ‘Por Um Fio’ envia um forte recado contra essa modalidade de crime”, afirmou Bermudes. Ele reforçou o impacto devastador da agiotagem: “A prática de juros abusivos tornou insustentável o pagamento da dívida, agravando a sua situação financeira e a colocando em um quadro de extremo desespero”, disse, a GZH, referindo-se ao caso da advogada.

A operação “Por Um Fio” segue em andamento, com a possibilidade de novas medidas e esclarecimentos sobre a extensão da organização criminosa.

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