A vida de Laíde Moura da Silva mudou radicalmente após as enchentes que devastaram Cachoeirinha em maio de 2024. Moradora do bairro Meu Rincão, ela perdeu todos os seus pertences na rua Cipó, ficando sem documentos, móveis e, principalmente, sem um teto para morar. Hoje, no entanto, Laíde consegue sorrir novamente. Graças ao programa Compra Assistida, uma modalidade do Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução, ela agora reside em um novo lar na rua Suíça, no bairro Nova Cachoeirinha.
“Perdi tudo, mas hoje estou aqui, com a minha casinha, e não preciso mais me preocupar”, conta Laíde, emocionada.
Assim como ela, Maricelia Abreu Brum também reconstruiu sua vida após o desastre. Em sua nova casa no Moradas do Bosque, cercada por móveis e utensílios domésticos, ela relembra o desespero de 2024. “Foi uma situação crítica, mas consegui minha casa pelo programa e estou fazendo de tudo para ser feliz aqui. Minhas irmãs também foram contempladas e só aguardam as chaves”, comemora.
Operado pela Caixa Econômica Federal, o Compra Assistida permite que famílias com renda de até R$ 4.700 adquiram imóveis de até R$ 200 mil, financiados pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). O valor é integralmente custeado pelo governo federal, sem custos diretos para os beneficiários.
Até dezembro de 2024, a Secretaria Municipal de Habitação (SMH) encaminhou 103 pedidos dos 165 registrados. Desses, 14 famílias já receberam as chaves, 34 estão em processo de aquisição e 40 aguardam aprovação federal.
Nova etapa em negociação
Preocupada com os moradores que ainda não foram atendidos, a secretária municipal de Habitação, Neka Fagundes, foi a Brasília em junho para solicitar uma segunda etapa do programa.
“Muita gente não acreditou que essas casas sairiam, e ainda há famílias desabrigadas ou retornando a residências precárias”, explicou Neka. Ela destacou que 40 cadastros já aprovados pela prefeitura aguardam resposta da Caixa.
Durante a viagem, a secretária se reuniu com Ademar Lopes da Silva Junior, coordenador da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), e apresentou as ações municipais de infraestrutura, como drenagem e alargamento de bueiros, para reforçar o pleito.
Prazo estendido e expectativa
Os beneficiários que já foram aprovados, mas ainda não escolheram seus imóveis, têm até 31 de agosto para finalizar a seleção – prazo prorrogado em 60 dias pelo Ministério das Cidades.
Enquanto isso, histórias como as de Laíde e Maricelia mostram que, mesmo após a tragédia, a reconstrução é possível. “Estou muito feliz aqui, tudo é calmo e seguro”, diz Maricelia, em um sorriso que simboliza a esperança renovada de tantas outras famílias.