Receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um momento desafiador para qualquer família. Além da busca por terapias, há a necessidade de adaptação a um mundo que, muitas vezes, marginaliza comportamentos fora do padrão. Em Cachoeirinha, o programa TEAcolhe, gerido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), completou um ano na quarta-feira (8) como uma iniciativa que busca amenizar essas dificuldades.
Criado pela Lei Estadual nº 15.322/2019, o TEAcolhe é um projeto do governo do Rio Grande do Sul destinado a garantir atendimento especializado a pessoas com autismo, promovendo inclusão social, desenvolvimento pessoal e apoio às famílias. Em Cachoeirinha, o programa é executado em parceria com a Associação Pais e Amor, referência no município.
Em 12 meses, o programa já atendeu 150 famílias, realizando cerca de 1.200 consultas mensais com uma equipe multidisciplinar. O centro conta com neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, musicoterapeuta, assistente social e monitores especializados, totalizando 16 profissionais.
“É motivo de orgulho. Superamos em mais do que o dobro a meta exigida pelo Estado, com profissionais qualificados e certificados”, destacou a secretária municipal de Saúde, Bianca Breier. Ela ressaltou a importância do atendimento integrado e do suporte às famílias.
Inicialmente, a Associação Pais e Amor atendia também pacientes de Gravataí e Glorinha, mas, após negociações com o governo estadual, Gravataí está implementando seu próprio centro. Com isso, novas vagas serão abertas para moradores de Cachoeirinha.
Celebração e histórias de superação
O aniversário de um ano do programa foi comemorado com festa na associação, reunindo autoridades, profissionais e famílias atendidas. Cátia Medeiros, presidente da Pais e Amor e mãe atípica, relembrou os desafios iniciais: “Ficamos receosos no começo, mas valeu a pena. Hoje, temos uma equipe preparada e resultados incríveis”.
O repasse mensal do programa, que era de R$ 80 mil, aumentou para R$ 100 mil nos últimos meses, permitindo ampliação no atendimento. “Prestamos contas de tudo, e o sucesso é total”, afirmou Cátia.
Presente na celebração, Lara, de cinco anos, simboliza a trajetória do TEAcolhe: ela foi a primeira paciente chamada pelo sistema Gercon em Cachoeirinha. Sua mãe, Thaina Anzorena Severo, 29 anos, contou como o programa transformou suas vidas: “Foi um divisor de águas. Minha filha evoluiu muito com psicóloga, fono e musicoterapia. É uma esperança renovada”.
Como acessar o TEAcolhe
1.Unidade de Saúde: O médico da família encaminha para cadastro no Gercon (Sistema de Gerenciamento de Consultas).
2.SUS: O paciente aguarda análise – quem já está cadastrado não precisa refazer o processo.
3.Encaminhamento: O Gercon direciona conforme urgência e complexidade do caso.
4.Atendimento: A Associação Pais e Amor recebe o paciente e inicia os procedimentos necessários.