A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santa Madalena tem desenvolvido em Gravataí, nos últimos meses, o projeto Educação das Relações Étnico-Raciais (Erer), uma ação promovida pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) que integra cultura, literatura e discussões sobre diversidade ao currículo escolar. O Momento Erer acontece mensalmente e envolve todas as escolas da rede municipal, desde a educação infantil até os anos finais do ensino fundamental.
A iniciativa busca promover representatividade, respeito e reflexões sensíveis sobre temas étnico-raciais por meio de leituras, atividades lúdicas e debates. “Projetos como o Momento Erer ampliam não só o currículo escolar, como também a educação inclusiva, trazendo aos alunos uma visão do mundo diversificado em cultura e identidade. Trabalhos assim são a base para uma sociedade, atual e futura, mais humanizada”, afirma Aurelise Braun, secretária da Smed.
Na Emef Santa Madalena, as atividades são conduzidas pela professora Fárida Dias durante a “Hora do Conto”, envolvendo turmas da pré-escola ao 5º ano. A diretora Simone Jeronimo ressalta a importância do projeto: “O Erer é uma ação necessária e transformadora, pois quando as crianças se veem representadas nas histórias e nas atividades escolares, elas compreendem que pertencem e que têm valor”.
Segundo Fárida, trabalhar essas temáticas desde cedo é essencial para a formação de identidade e o combate ao preconceito. “Falar sobre temas étnico-raciais com as crianças é mais do que cumprir uma lei, é cuidar da forma como elas vão enxergar o mundo, o outro e a si mesmas”, destaca a professora.
Literatura como ferramenta de transformação
Nos meses de junho e julho, os livros selecionados abordaram questões como pertencimento, ancestralidade e representação. Em junho, a obra “Meu cabelo é de rainha” foi utilizada para fortalecer a autoestima e a valorização da herança afro-brasileira, discutindo diferentes padrões de beleza. Já em julho, o destaque foi “Tem índio para todo lado”, que amplia o conhecimento sobre os povos indígenas, desconstruindo estereótipos e promovendo o reconhecimento da diversidade cultural.
Carine Lemos, assessora pedagógica da Assessoria de Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento da Educação (Stid), reforça o impacto positivo do projeto: “As escolas estão criando espaços seguros e dinâmicos com referências africanas, afro-brasileiras e indígenas, colocando no centro do ambiente escolar práticas pedagógicas afirmativas e antirracistas”.
Com o Momento Erer, a rede municipal de educação busca formar uma geração mais consciente, orgulhosa de suas origens e preparada para combater todas as formas de discriminação. A iniciativa reforça que a escola é um espaço não apenas de aprendizado, mas também de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
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