TRANSPORTE

Tarifa do transporte coletivo em Gravataí sobe para R$ 7,40 a partir deste sábado

A partir das 0h deste sábado (19), a tarifa do transporte coletivo de Gravataí passará a custar R$ 7,40. O aumento foi anunciado pela prefeitura, que em nota informa que mantém o valor abaixo do custo real por passageiro, que é de R$ 11,67 – diferença coberta pelo município por meio do Programa Municipal de Reestruturação e Qualificação do Sistema de Transporte Coletivo (Procoletivo), em vigor desde 2022.

Conforme o governo, mesmo com o reajuste a tarifa técnica do sistema representa apenas 60% do custo real. A justificativa é de que, sem o subsídio, o valor inviabilizaria o acesso de grande parte da população ao transporte público. Atualmente, 40% dos usuários não pagam passagem devido a gratuidades asseguradas por lei para idosos, estudantes e pessoas com deficiência.

Queda no número de passageiros e desafios financeiros

O aumento ocorre dias após o reajuste da tarifa intermunicipal, de responsabilidade do governo do Estado, e em um contexto de queda acentuada na demanda desde a pandemia. Em maio de 2019, o sistema registrava 358.611 passagens pagantes, número que caiu para 255.892 no mesmo período de 2025 – uma redução de quase 30%.

A migração de usuários para carros, motos e aplicativos de transporte agrava o cenário, comprometendo o equilíbrio financeiro da operação. Outro fator crítico, conforme a prefeitura, é a ausência de repasses do governo federal para o transporte público urbano desde o fim da pandemia, obrigando os municípios a arcarem sozinhos com os custos crescentes.

Frota moderna, mas desafios operacionais

O governo observa que, apesar das dificuldades, Gravataí mantém um dos sistemas mais modernos da região metropolitana, com 68 veículos (50% com até três anos de uso e ar-condicionado), monitoramento por GPS, bilhetagem digital e integração tarifária com ônibus intermunicipais. Mensalmente, são realizadas 3.060 viagens.

No entanto, o modelo de tarifa única e rede universalizada – que não varia conforme a distância percorrida –, somado à grande extensão territorial do município, resulta em linhas longas e baixa ocupação. O Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK), que era de 0,99 em 2019, caiu para 0,80 em 2025, pressionando ainda mais os custos.

Com o contrato de concessão vigente até o primeiro semestre de 2026, a prefeitura contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para desenvolver estudos que possam reestruturar o sistema, revisando linhas, tipos de veículos e metas de eficiência.

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