Muitos torcedores e alguns colegas da imprensa, principalmente os que praticam o “jornalismo identificado”, estão pedindo a cabeça de Roger Machado. Para mim, beira a insanidade — pelo menos por enquanto.
É claro que a eliminação na Copa do Brasil é mais uma chaga na trajetória do Internacional no século 21, mas não erremos o foco das cobranças. Se o irmão mais velho fez a travessura, não há por que colocar o caçula de castigo, né?
Com base nos pitacos anteriores, eu teria mantido o sistema de três zagueiros ou promovido o ingresso de Tabata na vaga de Wesley desde o início. Ou, então, a presença do meia na vaga do lesionado Richard ainda na primeira etapa. Mas não foi isso que protagonizou o fracasso no mata-mata.
Num futebol cada vez mais nivelado, ainda mais contra o Fluminense, que está longe de ser um bicho-papão, os duelos se decidem no detalhe. Em confrontos de forças semelhantes, às vezes a bola parada é crucial. Em outras…
Não existe tática, estratégia ou plano de jogo que resistam a erros bisonhos como os cometidos por Thiago Maia, em Porto Alegre, e por Ronaldo, no “Maraca”. Soma-se o péssimo momento individual de muitos atletas, principalmente dos atacantes Valência, Borré e Wesley.
Dito isso, entremos nas responsabilidades do treinador — na nossa singela ótica, claro. É gritante o desarranjo do Inter na meia-cancha desde a lesão de Fernando. Num futebol com cada vez menos espaço, os camisas 5 viraram protagonistas na armação.
Sem o veterano, não existe saída de jogo, a bola não chega a Alan Patrick, também em mau momento, e toda a engrenagem está ruindo. O chamado efeito cascata: uma bola de neve que está decretando a falência coletiva do Internacional.
Os laterais com mais liberdade talvez possam atenuar parte do problema. Por isso, saudei a migração para o 3-5-2 contra o São Paulo, no final de semana passado. A presença de Tabata como camisa 8 no segundo tempo, no Rio de Janeiro, é outra providência que merece continuidade na prancheta do professor para a sequência da temporada.
Para o Brasileirão, contra o Bragantino, no sábado, o uruguaio Alan Rodriguez surge como “ficha 1” para colocar panos quentes no impasse como segundo homem de meio. Aliás, espero que Alan Patrick seja poupado e, assim, Tabata atue centralizado. Ou será que a comissão técnica vai correr o risco de perder mais um protagonista? Se quiser sonhar minimamente na Libertadores, o camisa 10 é imprescindível.
Contra os rubro-negros, na próxima semana, nosso pitaco indica a presença dos três médios. Mais do que rechear o meio-campo para reduzir o favoritismo esmagador do rival — sendo esse setor crucial de toda e qualquer equipe —, a providência poderia devolver armação, cadência e inteligência ao meio-campo de Roger.
Nesse cenário, quem sabe um losango de meio? Com um primeiro volante à frente da zaga, Alan Rodriguez e Tabata numa segunda linha, e Alan Patrick como enganche?
Enfim, um passo de cada vez. Boa sorte à nação colorada!!!