RAFAEL MARTINELLI

Por que é estratégico Cachoeirinha iniciar obras da ERS-010 com financiamento chinês; A Eletrovia

Paulo Garcia apresentou a Eletrovia em seminário sobre eletromobilidade coletiva urbana no Brasil, quarta, na PUC

É estratégico Cachoeirinha incluir a construção do trecho inicial da ERS-010 –– a Eletrovia –– no financiamento de US$ 88 milhões firmado com o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB). A obra, orçada em R$ 25 milhões, integra o programa Cachoeirinha 2050 – Resiliência Urbana e Inovação na Gestão de Riscos Climáticos, considerado o maior pacote de infraestrutura da história do município.

Por quê?

A Eletrovia, assim chamada por prever pontos de recarga para veículos elétricos, iluminação LED e drenagem inteligente, pode assegurar a confirmação de Cachoeirinha no traçado da futura ERS-010, projeto viário estadual há mais de uma década em discussão e que recentemente chegou a ser ameaçado de não incluir a cidade.

A via seria a primeira obra dos 41 km que ligariam Sapiranga à Freeway, passando pela Região Metropolitana.

O vice-governador Gabriel Souza, em reunião em julho com o prefeito Cristian Wasem (MDB) e o secretário municipal de Planejamento, Paulo Garcia, garantiu apoio para manter o município no trajeto e acelerar a cessão da área do IRGA, onde começará a obra.

Projetado como dique, o corredor também servirá para conter enchentes –– problema que ilhou a cidade nas cheias de 2024 –– e, a partir de outras obras de infraestrutura viária previstas no financiamento chinês, permitirá a ligação com as avenidas Frederico Ritter e Fernando Ferrari.

– O projeto representa um divisor de águas. Garante mobilidade mesmo em eventos climáticos extremos e abre caminho para um corredor logístico que vai conectar Cachoeirinha à ERS-118, Freeway, aeroporto, Porto Alegre, Canoas – destaca o secretário Paulo Garcia.


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Efeito imediato: atração de investimentos

A decisão de iniciar a ERS-010 pelo trecho municipal já surtiu efeito econômico. A Eletrovia foi um dos fatores que pesaram para a escolha de Cachoeirinha como sede da fábrica de chips da Tellescom, investimento de R$ 1 bilhão que promete gerar mais de mil empregos diretos e colocar o Rio Grande do Sul no mapa global da indústria de semicondutores.

Localizada no terreno da antiga Cientec, a unidade terá acesso direto ao novo traçado, facilitando o transporte de cargas de alta tecnologia.

– Com a 010 e as obras do Cachoeirinha 2050, nem um dilúvio isola a cidade – acrescenta Garcia.

O financiamento com o AIIB contempla três eixos: infraestrutura resiliente, com prolongamento da avenida Fernando Ferrari, urbanização do Arroio Passinhos e construção da Eletrovia; edificações públicas adaptadas a eventos climáticos, como um novo Centro Administrativo e um Centro de Eventos Sustentável; e inovação e gestão, com capacitação de jovens e monitoramento em tempo real de cheias.

Conforme o prefeito Cristian, a estratégia de atrelar mobilidade urbana a resiliência climática foi decisiva para conquistar o crédito internacional.

– Não são soluções pontuais, mas um redesenho da cidade para as próximas décadas – resume.


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