A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, deflagrou na manhã desta terça-feira (26) a Operação Aquila, que investiga um grupo responsável por um golpe cibernético milionário. A ofensiva contou com o apoio da Polícia Civil de São Paulo e teve como alvos cidades do RS e de SP, incluindo Gravataí, Guarulhos e a capital paulista.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens. Em Gravataí, agentes apreenderam documentos e celulares que agora passam por análise.
O golpe
A investigação teve início após um morador de Esteio ser vítima de um golpe bancário que resultou no desvio de quase R$ 1,4 milhão. Os criminosos se passaram por atendentes da central de segurança do banco e convenceram a vítima de que sua conta havia sido invadida.
Durante cinco dias, os golpistas tiveram acesso remoto ao computador do homem, realizando transferências para diferentes Estados — Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao final, ainda persuadiram a vítima a entregar o notebook diretamente em uma agência bancária, onde descobriu ter caído no golpe.
Segundo a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP de Canoas, a ação de hoje concentrou-se no hacker responsável pela invasão e em cinco comparsas já investigados desde 2022.
Ostentação e bens apreendidos
O principal alvo, morador de São Paulo, teria recebido R$ 382 mil logo após o golpe e, em poucos meses, movimentou cerca de R$ 3 milhões em sua conta bancária. Ele chegou a comprar, à vista, um apartamento de R$ 252,9 mil e ostentava carros de luxo, incompatíveis com a renda declarada.
Por determinação judicial, foram sequestrados o apartamento e oito veículos (seis carros e duas motocicletas), além do bloqueio de contas bancárias. A medida visa garantir o ressarcimento à vítima.
No Rio Grande do Sul, dois investigados são suspeitos de terem movimentado R$ 500 mil oriundos do esquema. Entre os alvos em São Paulo, está ainda o dono de uma adega que teria se beneficiado financeiramente com a fraude.
Durante a apuração, a Polícia Civil também identificou um episódio grave: o vazamento de informações sigilosas do Tribunal de Justiça do RS, que, à época, acabou frustrando a primeira tentativa de prisão dos investigados.
A investigação segue em andamento para responsabilizar os envolvidos e recuperar os valores desviados.
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